A promotora Vera Lúcia Santos, da 7ª Vara Criminal, enviou o processo oferecendo denúncia contra 14 pessoas indiciadas na Operação Aspásia. No processo, que contém mais de mil páginas, estão anexadas provas contundentes, segundo a promotora, de que houve a prática dos crimes de favorecimento à prostituição e outras formas de exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia), tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual e formação de quadrilha.

 

 

A promotora explica que o processo foi dividido em núcleos detalhando a atividade das casas de prostituição: Casa de Shows Beth Cuscuz, Copacabana Show e Núcleo do Dirceu. Contra a Casa da Beth Cuscuz e o Copacabana existem provas de que as garotas eram trazidas de outros estados e os proprietários lucravam com a exploração.

 

 

“O inquérito está muito bem feito. Temos muitas provas dos lucros ilícitos que eram obtidos com a exploração sexual. São folders, matérias publicadas em jornais, laudos periciais dos sites, comandas de consumo encontradas nas casas de show, talões de cheques e cópias de passagens aéreas pagas pelos proprietários para trazerem as garotas de fora. A denúncia já foi enviada e acredito que o juiz da 7ª Vara Criminal [Almir Abib Tajra] vai analisar e acatar a denúncia. O próximo passo é intimar as pessoas para que apresentem as suas defesas e marcar a data da audiência”, declarou Vera Lúcia Santos.   

 

 

 

 

- Elizabeth Lourdes Ferreira Oliveira (Beth Cuscuz) – rufianismo, favorecimento à prostituição, mantenedora de casa de prostituição, tráfico interno de pessoas e formação de quadrilha;

- Rejane Ferreira Melo (secretária de Beth e gerente de site);

-  AWSL  - acusado de criar site de prostituição;

- Clarislândia Lourdes Ferreira de Oliveira Costa (filha de Beth) - acusada de integrar a quadrilha;

- Keila Maria de Sousa Jacob (foi garota de programa e virou sócia de Beth Cuscuz);

- Djeffery Doldan Júnior (esposo de Keila e trabalhava na casa de show);

- Geziane Aparecida Berico de Oliveira (conhecida como Portuga e responsável por fazer contatos com as mulheres de fora do Estado);

- Carlos Roberto da Silva Passos (o Carlão, dono do Copacabana Show);

- Goreth Maria Soares de Oliveira (que é sócia do Carlão);

- Maria do Desterro da Silva (secretária do Carlão);

- Francisco Soares Bandeira (criador de site);

- Mauro Carvalho dos Santos (criador de site);

- Andrescka Kiccy Rodrigues de Araújo (integra o núcleo de prostituição do Dirceu e acusada de aliciar adolescente para prostituição);

- Reginalda Pereira Martins Leite (conhecida como Jéssica Mel e integrava o núcleo do Dirceu e acusada de aliciar adolescente para prostituição).

 

 

A promotora Vera Lúcia Santos explica que esse tipo de crime é muito difícil de ser provado. "Eu sei que é um crime complexo e a maioria das pessoas são favoráveis a abertura dessas casas, mas temos que perceber que as coisas estavam fora de controle. Você passa no carro com sua família e é abordado nos sinais com folhetos de mulheres nuas. Estava fora do controle", comentou.