A Associação Brasileira de Supermercados, após reunião com presidentes de todo o país, decidiu fazer campanha contra as taxas cobradas pelas empresas de tíquete de alimentação e refeição. A ABRAS também protesta contra atrasos no repasse do valor dos tíquetes.

A reunião foi no último dia 7. Atualmente, as empresas de tíquete cobram de 7% a 10% de taxa de administração. A associação quer reduzir esse valor para, no máximo, 2%. "Essa seria a única taxa viável a supermercados e mercadinhos. As taxas de hoje sã abusivas e os mercadinhos ficam reféns de taxa", explicou o presidente da Associação Piauiense de Supermercados, Raúl Lopes.

O presidente destacou que mesmo as grandes redes de supermercados, que têm seus próprios tíquetes e negociam com taxas superiores às cobradas pelos pequenos e médios, vão aderir à medida. "Através da campanha nacional vamos conscientizar os donos de mercadinhos e supermercados a não aceitarem os tíquetes de determinadas empresas", completou Lopes.

Além das taxas consideradas altas pela associação, o atraso no repasse de valores é outra questão em discussão. "Nos demais países da América Latina o pagamento é feito em até sete dias. No Brasil, as empresas levam de 30 a 60 dias para o ressarcimento e ainda descontam a taxa de administração", argumentou Raúl Lopes.

O presidente da associação ressaltou que será marcada uma reunião com ministros em Brasilía, na qual a ABRAS pedirá a interferência do governo federal e do Banco Central junto ao Ministério do Trabalho. "Essas empresas que cobram taxas abusivas estão desrespeitando as normas do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) e queremos o cancelamento da inscrição dessas empresas junto ao programa", finalizou.