A adolescente Deuzelina Rodrigues da Silva, 15 anos, está desde as 6h da manhã em cima da casa que ocupou no residencial Jacinta Andrade com um litro de gasolina e um isqueiro na mão ameaçando tocar fogo no imóvel caso o morador de direito da residência apareça para expulsá-la.

Dentro da casa está trancada uma adolescente de 14 anos irmã de Deuzelina, que não quer sair do imóvel.

O fato chamou a atenção de vizinhos e da família das garotas, que está no local. “Eu quero uma casa. Ninguém vai me tirar daqui enquanto não arrumarem um lugar para mim”, brada, do telhado.

Segundo ela, a comissão que representa os ocupantes teria escolhido 30 famílias para serem transferidas para um conjunto no bairro Pedra Mole.

Joselito Gonçalves, representante da comissão, as famílias não foram escolhidas mas espontaneamente entregaram as chaves. “Fizemos várias reuniões e quase ninguém queria entregar as chaves espontaneamente. Depois de muita conversa, conseguimos com estas trinta famílias. Temos que dar um voto de confiança”, declarou.

No residencial Jacinta Andrade, atualmente existem 187 famílias ocupando residências, destas apenas trinta concordaram em deixar o local. Além dos apartamentos no bairro Pedra Mole, a ADH prometeu que quem tivesse terreno no Parque Brasil receberia material de construção para fazer seu imóvel.

A Polícia Militar está no local e tentou retirar a jovem presa em casa, mas Deuzelina ameaçou começar o incêndio. O Conselho Tutelar está sendo aguardado para resolver o problema “Agora estamos só olhando para intervir apenas em um momento de crise”, declarou o tenente Daniel Soares, do 13º BPM.

Os ocupantes denunciam que pagaram R$ 600 para contratar advogados, mas a comissão nega a informação. A maioria optou pela Defensoria Pública.

Nos últimos dias, o Jacinta Andrade, que é a maior obra do PAC no Estado, passa por uma crise, devido a ocupação ilegal de famílias em casas fechadas.