O tapete verde sobre o rio Poti em Teresina não é recente. Todos os anos os aguapés tomam conta do leito do rio. Há pelo menos 10 anos, o Ministério Público Estadual impetra ações na justiça para pedir providências do poder público. Porém, as ações tramitam lentamente. A promotora faz duras críticas à falta de atitude dos órgãos envolvidos.
Caroline Oliveira/Cidadeverde.com
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Para tentar conseguir soluções mais ágeis e efetivas, a Curadoria do Meio Ambiente impõe termos de ajustes de conduta aos órgãos responsáveis.
Segundo a promotora Maria Carmem Cavalcante, ao menos dois TACs foram realizados nos últimos anos.
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"Solicitamos ao IBAMA para que fiscalize o cumprimento de pelo menos um ajustamento em relação à modernização das estações elevatórias de tratamento de esgoto e a ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Teresina, que sabemos que atualmente cobre 17% da cidade, mas também já ouvimos que foi aumentado. Queremos saber em quanto está essa porcentagem", explica a promotora.
Ainda segundo ela, o IBAMA tem até o dia 05/02 para repassar as informações atualizadas.
A representante do MPE critica a falta de ações efetivas por parte dos governos. Ela denuncia que até mesmo a criação de um comitê de bacias do rio Poti foi impedida pela Secretaria de Meio Ambiente.
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"Em 2002 tentamos criar esse comitê. Eu não entrei como uma promotora, mas como uma cidadã interessada em proteger o rio. Realizamos diversas ações com a sociedade de vários municípios. Fui até o então governador Wellington Dias pedindo apoio, já que constatamos que o Ceará havia feito diversas barragens ao longo do rio, que não poderiam ter sido construídas, pois é um rio federal que faz divisa com o Piauí. Mas, a Secretaria de Meio Ambiente nada fez. A população se desinteressou e o comitê nunca foi criado", lamenta a promotora.
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Hoje, para a promotora, o rio Poti em Teresina é uma "grande lagoa de decantação de esgoto" porque foi represado pelas barragens no Ceará e recebe o esgotamento de toda Teresina.
"O rio ainda sobrevive porque recebe afluentes quando entra no Piauí. Mas a água está acabando e todos os anos vamos ter essa mesma discussão. Vem a seca, os aguapés tomam conta do leito, vem as chuvas e levam embora. Quando eles retornam a aparecer volta essa discussão e a maquiagem do que está sendo feito", afirma a promotora.
Flash de Caroline Oliveira
Redação de Leilane Nunes