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Mãe de Eliza Samúdio diz que testemunha mentiu

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A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, fez críticas à testemunha Célia Aparecida Rosa Sales, que prestou depoimento na manhã desta terça-feira (5), e disse que ela mentiu diversas vezes. Sônia rebateu algumas afirmações de Célia, como a de que Eliza jamais procuraria a mãe. "Mentira. A última pessoa que ela iria procurar seria o pai", afirmou. Em depoimento, Célia disse que, nas conversas com Eliza, a ex do goleiro chegou a dizer que, se um dia precisasse de alguma coisa, "a única pessoa que ela não iria procurar era a mãe".


Ainda segundo Sônia, a filha "não gostava de polenta" e nem sabia preparar o prato. A declaração se refere a uma descrição feita por Célia da convivência com Eliza no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A testemunha relatou em depoimento que a jovem se ofereceu para ajudar Dayanne Rodrigues – ré no processo – a preparar um frango com quiabo. Durante a sessão, Célia também foi questionada pela advogada Maria Lúcia, que representa a mãe de Eliza. A advogada perguntou "com que mão Eliza teria cozinhado" e a testemunha respondeu que não sabia. “Ela deveria saber”, disse Maria Lúcia.

Célia Aparecida Rosa Sales, prima do goleiro Bruno, disse nesta terça-feira (5), no seu depoimento como testemunha do júri do caso Eliza Samudio, que a ex-mulher do jogador Dayanne Rodrigues pediu para que ela entregasse o bebê Bruninho, filho do atleta e de Eliza Samudio, para Wemerson Marques, o Coxinha. Bruno e Dayanne enfrentam o banco dos réus em júri pela morte e desaparecimento de Eliza Samudio, crime ocorrido em 2010.


O depoimento de Célia começou às 10h03 e foi encerrado às 12h53 de terça. Ela foi a terceira testemunha ouvida no júri popular. Ela saiu chorando do plenário após abraçar o goleiro.

Célia, arrolada como testemunha pela defesa de Dayanne, disse em depoimento anterior que ajudou a entregar o bebê Bruninho, filho de Bruno e Eliza Samudio, que estava com Dayanne, a Coxinha. O fato teria ocorrido no dia 18 de junho de 2010, após a morte de Eliza, segundo o Ministério Público.

Célia foi a terceira testemunha a falar no júri, após João Batista Guimarães, que acompanhou o depoimento do motorista Cleiton Gonçalves no inquérito, e da delegada Ana Maria Santos, que atuou na investigação da morte de Eliza Samudio. Ainda deve ser lido, nesta terça-feira, depoimento por carta precatória da assistente técnico-jurídico do sistema socioeducativo de Minas Gerais, Renata Garcia, que acompanhou a primeira oitiva feita pela polícia com Jorge. O restante das 15 testemunhas programadas inicialmente foi dispensado pela defesa e pela juíza Marixa Fabiane.


Célia também disse nesta terça-feira (5), no plenário, que não perguntou a Dayanne por que ela pediu para entregar a criança a Coxinha.

O promotor Henry Castro perguntou, durante o júri, se ela não achava estranho uma criança bem tratada ser entregue em uma BR no meio da noite para um "marmanjo". Célia disse que não sabia informar o motivo.

Célia Aparecida é irmã do réu assassinado Sérgio Rosa Sales. Ela também havia sido arrolada pela defesa de Bruno, mas foi dispensada.

Bruno responde pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com a jovem. A ex-mulher Dayanne Rodrigues responde pelo crime de sequestro e cárcere privado da criança.

Célia: tratavam Eliza 'super bem'

Célia estava no sítio de Bruno no período em que a polícia acredita que ela tenha sido mantida sob cárcere privado.

Célia disse que viu Eliza no sítio e conversou muito com ela. Segundo Célia, Eliza dizia que a mãe não tinha a criado.

Ainda segundo Célia, Eliza disse que se contasse as "coisas pesadas" que sabia de Bruno, a vida dele iria "acabar".


Em determinado dia, diz Célia, Macarrão disse que "estava na hora de ir". Entraram no carro ele, o primo de Bruno então menor Jorge Luiz e Eliza. E elas ficaram no sítio, inclusive Dayanne.

Depois, relatou a testemunha, Macarrão e Jorge retornaram para sítio. "Chegaram com o neném", disse. Segundo ela, Macarrão afirmou que Eliza voltaria para pegar Bruninho.

Célia afirmou que o bebê ficou com Dayanne porque os demais precisavam viajar. Segundo ela, a criança não foi maltratada. "Cuidou como se fosse dela", diz sobre Dayanne.

Célia também afirmou que Bruno era um pai presente e exigente para os filhos de Dayanne. Ela disse que Macarrão tomava conta das coisas do Bruno.

Segundo dia de júri

Recomeçou às 9h20 desta terça-feira (5) o júri popular do goleiro Bruno Fernandesx e da ex-mulher Dayanne Rodrigues, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O segundo dia de julgamento, que teve primeira sessão na segunda-feira (4), estava marcado para ser iniciado às 9h desta terça-feira, mas começou com 20 minutos de atraso.

Logo após o início da sessão, por volta das 9h35, aconteceu um problema na rede elétrica do Fórum de Contagem, atrasou por mais alguns minutos o julgamento. Com a pane, não havia energia na sala onde os jornalistas acompanham o júri por uma televisão. A queda de energia afetou várias salas no fórum, mas não o plenário.

Nesta terça-feira continuamr a ser ouvidas testemunhas do caso Eliza Samudio. Além de Célia, foi ouvido João Batista Guimarães. Jaílson de Oliveira, detento que denunciou ter ouvido uma confissão de Bola, foi dispensado pela juíza.

Outra testemunha da Promotoria, Renata Garcia, advogada que acompanhou o depoimento do então menor Jorge, que delatou Bruno à polícia, foi ouvida por carta precatória (à distância) e seu depoimento será lido no plenário.

Dependendo da duração dos depoimentos das testemunhas, é possível que o interrogatório do goleiro ocorra ainda nesta terça.

Chegada ao fórum

O goleiro Bruno chegou ao Fórum de Contagem por volta das 8h20 desta terça-feira para o segundo dia do júri. Ele deixou a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, às 8h02, sob forte esquema de segurança. O comboio escoltado também levou o detento Jaílson Oliveira, que deve depor como testemunha.

A mulher de Bruno, Ingrid Calheiros, falou na porta do fórum, na chegada para o segundo dia, que está "confiante" na absolvição do goleiro. Segundo ela, nenhum acordo pela confissão de Bruno está sendo feito com a acusação. "Espero que não seja manipulado, espero que tudo aconteça dentro da lei".

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, também falou na porta do fórum. Ela espera que não haja acordo, e diz que acredita da condenação. "O choro dele não é verdadeiro, ele não é verdadeiro. Quem tem que perdoar é Deus, não sou eu", disse Sônia.


Fonte: G1
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