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Robert Rios diz que ex-prefeito chegou a ser ameaçado de morte

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O secretário Estadual de Segurança, Robert Rios, afirmou, durante entrevista no Jornal do Piauí desta sexta-feira (15), que todos os envolvidos na morte do ex-vereador Emídio Reis serão enquadrados pelos mesmos crimes, de possível mandante a possíveis executores. Durante entrevista, ele também revelou que um ex-prefeito do município denunciou suposta ameaça de morte do mesmo suspeito de ser o responsável pela morte de Emídio.

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com

“Todos responderão por homicídio qualificado, com requintes de crueldade, e sem dúvida com mais de 30 anos de prisão. Uma vez, um ex-prefeito de São Julião, que tinha o mesmo vice de hoje, Francimar Pereira, me procurou para dizer que sabia que ia morrer. Que estava sendo ameaçado de morte por Francimar Pereira se não 'dividisse' o mandato. O atual vice-prefeito de São Julião queria um acordo para ficar dois anos no poder. Para isso teria pedido pro prefeito ficar no mandato só os dois primeiros anos e depois passasse a faixa”, explica Robert Rios.

O vice-prefeito foi preso durante operação "Mandacaru" deflagrada hoje. A cidade de São Julião está a 382 quilômetros de Teresina. Emídio Reis foi morto no dia 31 de janeiro de 2013 vítima de dois disparos de arma de fogo e após ser enterrado vivo.


“Foi um crime planejado ainda em novembro de 2012. Tenho impressão que tentaram convencer o vereador a desistir de uma ação judicial em que Emídio pediria a cassação do vice Francimar. O crime foi cruel e perverso. Ele foi morto no mesmo dia que desapareceu. O grupo agora está sendo investigado. Eles podem ter matado outras pessoas”, disse o gestor.

O secretário analisou ainda se o crime de pistolagem teria retornado ao Piauí. Ele descartou que a morte tenha sido por agiotagem, mas deu certeza de que trata-se de um crime político. Com o prisão dos acusados, ele acredita que este seja o fim da prática que marcou os anos 90 no Estado.


“Também estamos investigando se o vice Francimar tem alguma espécie de acordo com o atual prefeito da cidade no sentido de repartir o poder", disse o gestor da Segurança Estadual. Procurado pela TV Cidade Verde, o atual prefeito preferiu não se pronunciar antes da conclusão das investigações.

“O inquérito evoluiu muito, mas na prática o inquérito inicia hoje. Dezenas de pessoas serão ouvidas e vamos delinear cada passo dos supostos envolvidos com a morte do ex-vereador”, explica.


Caso Fernanda Lages
O secretário da Segurança comentou os novos desdobramentos do caso da morte da estudante de Direito Fernanda Lages. O Ministério Público Estadual teria provas para reabrir o inquérito e solicitar novas diligências à Polícia Civil do Piauí.

“O Ministério Público é o dono da ação penal. Ele não precisa de nenhuma diligência para mostrar quem são autores. Agora, o inquérito não poderá voltar para a polícia sem que seja essencial. Se isso acontecer, estaremos a disposição para trabalhar”, disse Robert Rios.

Lívio Galeno
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