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Kiss: prefeito e mais 35 são responsabilizados

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou criminalmente 16 pessoas pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A tragédia do dia 27 de janeiro  matou 241 pessoas  e deixou pelo menos 623 feridos.


Os 16 indiciados fazem parte do inquérito apresentado nesta sexta-feira (22), que aponta que 35 pessoas tiveram responsabilidade pelas mortes. Deste total, nove pessoas foram indiciadas apenas por improbidade administrativa. Além disso, o texto aponta culpa de outros nove bombeiros, mas estes casos serão encaminhados para a Justiça Militar. 

Entre os indiciados está o vocalista e líder da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que será enquadrado 241 vezes por homicídio doloso por dolo eventual. O número é correspondente ao número de pessoas que morreram por causa do incêndio. Os dois donos da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffman, e o gerente da Kiss, Ricardo de Castro Pasche, também foram indiciados pelo mesmo crime.

As outras cinco pessoas denunciadas por homícidio doloso foram: Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor da banda), Ângela Aurelia Callegaro (irmã de Elissandro e sócia da boate Kiss), Marlene Teresinha Callegaro (mãe de Elissandro e sócia da boate Kiss), Gilson Martins Dias (bombeiro vistoriador), Vagner Guimarães Coelho (bombeiro vistoriador). 

Entre os 35 responsabilizados está também o nome do prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), que foi indiciado por improbidade administrativa. O caso dele ainda será encaminhado para a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande de Sul para análise. Havendo indícios, ele pode ser indiciado ainda por homicídio culposo.  

Quanto aos bombeiros, caberá ao Tribunal Militar apurar a conduta de cada um deles: Moisés da Silva Fuchs, Alex da Rocha Camillo, Robson Viegas Müller, Sergio Rogerio Chaves Gulart,Dilmar Antônio Pinheiro Lopes, Puciano Vargas Pontes, Eric Samir Mello de souza, Nilton Rafael Rodrigues Bauer e Tiago Godoy de Oliveira.

O caso

A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro, às 3h17, quando uma fagulha de um sinalizador usado pela banda em show pirotécnico chegou ao teto da casa noturna e queimou a espuma de revestimento acústico. O fogo se alastrou rapidamente e gerou uma fumaça formada por monóxido de carbono com cianeto que matou 241 pessoas, pois 100% delas foram mortas por asfixia. O desastre ainda deixou, até o momento, 623 feridos. O inquérito foi feito pela Polícia Civil em 54 dias e tem 13 mil páginas, divididos em 52 volumes, já que mais de 810 depoimentos foram colhidos.

Fonte: Ig
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