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Planejamento para Rio 2016 sofre com desalojamentos

A cidade olímpica está desalojando seus atletas. Por mais difícil que possa parecer, essa é uma triste realidade de muitos esportes que pagam o preço pela falta de planejamento. As obras para os grandes eventos no Rio (Copa do Mundo e Olimpíada) têm feito várias vítimas, que ficaram sem local para treinar e competir.

O primeiro esporte a sofrer com as obras foi o automobilismo, despejado do Autódromo de Jacarepaguá e sem saber quando terá outra pista. O ciclismo ficou na mesma situação com o desmonte do velódromo, única pista do Brasil aprovada pela federação internacional, e só terá um novo em 2016. Na mesma instalação ficava o CT da ginástica.

“Somos os sem-teto do Rio. Parabéns aos políticos. Eles não estão nem aí para o que vai acontecer em 2016. Como vamos obter os resultados? Estão acabando com o esporte do Rio para vender uma Olimpíada. Por incrível que pareça, os mais prejudicados desses Jogos são os atletas”, indigna-se o presidente da federação do Rio de ciclismo, Cláudio Santos, que teve de mandar os cinco melhores ciclistas para a Espanha.

Outros esportes arrumaram locais para treinar, o que não diminuiu a indignação. Estádios tradicionais, Célio de Barros (atletismo) e Júlio Delamare (esportes aquáticos) serão demolidos para virar estacionamento do Maracanã.

“É um absurdo demolirem um parque aquático novo”, reclamou o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, que terá de se mudar para o Maria Lenk até segunda-feira: “O prazo que nos foi dado é absurdo. O ideal seriam trinta dias”.

Para o atletismo há duas opções: Engenhão e Cefan, na Penha. Apesar da interdição, o estádio continuará recebendo atletas para treinos, mesmo sem ser considerado ideal.

“O Rio tinha que ser exemplo, incentivar o esporte. Alguns atletas me falaram que a situação está bem complicada. Até entendo que precise das instalações para a Copa, mas é chato perder um estádio com tradição. É triste. Deveria ser dado um lugar antes de tirar o outro. Os atletas terão que se deslocar muito”, disse Fabiana Murer, atleta do salto com vara.

Governo e Comitê Olímpico Brasileiro (COB) se defendem com o argumento de que os esportes vão perder num momento, mas no futuro terão locais mais modernos. O problema é que, até a conclusão das obras, os atletas serão prejudicados justamente na reta final de preparação para os Jogos.


Fonte: IG
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