A Associação dos Docentes Federais do Piauí (Adufpi) e outras entidades de classe de nível federal estão realizando um plebiscito a partir desta terça-feira(09) contra a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH que é responsável pela administração do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Segundo elas, a empresa criada durante o governo Lula, em 2011, é um claro indício de privatização e de precarização das relações trabalhistas. 

O membro da executa da CSP-Conlutas, Gisvaldo Oliveira da Silva explica que a EBSERH não assegura o atendimento à população nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), retira a gratuidade de vários serviços que poderão ser cobrados, muda o regime jurídico de servidores e possibilita a entrada de serviços de empresas privadas e planos de saúde. 

“No último concurso os aprovados já não seguem o regime estatutário, eles vão ser regidos pelo Código de Leis Trabalhistas, isso abre brecha para perseguição política, assédio moral e a diferença entre os funcionários da Universidade Federal do Piauí e os que são geridos pela EBSERH”, explicou Gisvaldo. 

O presidente da Adufpi, Mário Ângelo Meneses, disse que a manifestação e plebiscito é uma forma de alertar a sociedade, os perigos do novo modelo de administração, que está sendo implantado e ao qual o HU foi a primeira unidade a aderir, antes ainda da criação da EBSERH. 

“Nós fizemos uma manifestação contra a EBSERH ainda em 2010, porque já prevíamos esse modelo de terceirização. Atualmente, há funcionários pedindo demissão porque não suportam a perseguição política e por causa da disparidade dos salários. Daqui a pouco o setor privado vai se apossar do HU do que recebeu dinheiro público durante 23 anos”, destacou o presidente. 

Está tramitando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) na Justiça Federal contra a criação da EBSERH. O plebiscito que será realizado até dia 11, no HU e nos Centros da Federal serão somados aos do restante do país e entregues ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no dia 24 de abril. 

O Cidadeverde.com tentou contato com a direção do Hospital Universitário, mas não obteve sucesso. No local ninguém quis atender à imprensa.