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Família denuncia negligência em morte de criança e médico contesta

A criança Deisyara Francelina da Silva, de um ano e cinco meses, morreu nesta sexta-feira(26) de parada cardiorrespiratória e choque cardiogênico após complicações de uma cirurgia cardíaca realizada no dia 04 de abril. Os pais do bebê, Denise Francelina da Silva, 24 anos e Francisco de Assis Camilo da Silva, 26 anos, denunciam suposta negligência médica ao pós-operatório do bebê, que nasceu com uma cardiopatia congênita. 

Fotos: Helder Sousa/Cidadeverde.com


Segundo o casal, a criança passou cinco dias internada após a cirurgia (realizada pelo SUS) em um hospital particular de Teresina e apresentava quadro estável até a semana passada, cerca de 15 dias depois da operação. 


A família disse que levou a criança ao posto de saúde do bairro Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, onde mora, mas a médica informou que ela teria que ser vista pelo médico que a operou, identificado como o cardiologista Luís Otávio. 


“A barriga dela começou a inchar e apresentou febre. Nós levamos ao hospital para o médico vê-la e ele dizia quer normal e que podia voltar para casa. Mas, ela não apresentava melhoras e começou a sair uma secreção da cirurgia, levamos umas três vezes e toda vez dizia que não era nada e mandava voltar para casa”, explicou o pai Francisco de Assis. 


Os pais afirmam que a criança não apresentava melhora e nesta sexta-feira(26) procuraram a unidade pediátrica do Hospital de Urgências de Teresina (HUT) onde foi detectado que a criança estava com infecção, que não resistiu mas faleceu poucas horas depois.   



A família disse que vai ao Conselho Regional de Medicina (CRM) denunciar o médico. “Ele foi negligente porque ele sempre dizia que ela estava normal, nos atendia na recepção do hospital e que podia voltar para casa, mas minha filha morreu”, argumentou o pai.

Versão do médico

O cardiologista Luís Otávio informou que a paciente Deisyara foi operada de uma cardiopatia congênita e passou o tempo necessário que é de cinco a sete dias no hospital, para recuperação. Segundo ele, a criança deixou o hospital com um quadro estável de um pós-operatório, evoluindo bem. 

“Alguns dias depois eles retornaram com a criança, eu examinei, olhei os pontos e passei uma medicação. Orientei que procurassem  a unidade pediátrica do HUT para os curativos. Ontem pela manhã a médica de lá me ligou e eu disse qual seria o antibiótico que pode ser aplicado, para o germe que estaria na ferida, mas infelizmente a criança evoluiu para o óbito poucas horas depois”, explicou o cardiologista. 

O médico afirma que atendeu à criança na segunda e na quinta-feira e que o quadro dela, após a saída do hospital, teria apresentado uma infecção. “O estado nutricional de paciente potencializa a infecção e se está altamente debilitado, pode evoluir para o óbito”, acrescenta o profissional. 

Deisyara era a única filha do casal, foi velada na casa da família no Parque Wall Ferraz e enterrada na manhã deste sábado no cemitério da Santa Maria da Codipi. 


Geísa Chaves e Caroline Oliveira
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