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Wanessa critica pirataria e lança DVD: "Vou fazer música por hobby"

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Com o lançamento de CD ao vivo e o segundo DVD de sua carreira, Wanessa continua a conciliar o papel de mãe e o de cantora pop. Com um olho no berço e o outro na pirataria, ela prepara a "DNA Tour". Na empreitada, segue com Bryan Tanaka, coreógrafo de Rihanna e Beyoncé.


Wanessa diz que penou para chegar ao resultado que o público vai conferir em Florianópolis nesta sexta-feira (3), e em São Paulo (4), Rio (10), Campinas (11), Belo Horizonte (17), Santos (18) e Brasília (31). Em entrevista à imprensa, ela conta que só agora se sente preparada para começar a tentar ir atrás de uma carreira internacional e rejeita rótulos. "Isso de colocar no Brasil um peso gringo é errado", sentencia.

Sobre o mercado fonográfico, a cantora se posiciona totalmente contra a pirataria. "Se as pessoas não tomarem consciência, daqui a pouco eu vou ter que ser médica ou arquiteta e fazer música por hobby", afirma Wanessa. Leia a entrevista:

De morena a loira e, agora, ruiva, o que essas transformações representam para a sua carreira? Com qual visual você se sente mais à vontade?

Wanessa - Eu gosto muito do loiro para o palco. Para a vida, gosto do moreno, que é a minha cor natural. E o ruivo tem um ar abusado, é quase uma fantasia, um cabelo meio conto de fadas. Nunca tinha me visto ruiva. Eu gosto de mudar, tenho pavor à rotina. Muitas coisas que eu faço no cabelo têm a ver com o momento novo que eu vivo, com uma busca pela reinvenção. Mas, para a turnê, eu não vou manter o ruivo. Tenho só que cumprir um contrato de dois meses para manter essa cor.

Como surgiu a ideia de convidar Preta Gil e Naldo? Qual é a relação dos trabalhos deles com o seu?

Wanessa - A Preta é minha irmãzinha de vida, foi minha madrinha de casamento. Conheço há anos e sempre rolou um namoro de "vamos fazer algum dia alguma coisa juntas, mulher". Depois que eu concebi o roteiro do show, tinha "Amor, amor", que é uma música do reggaeton que fala "poderosa, atrevida, ninguém se mete mais na minha vida", uma letra bem abusada. E a música estava meio crua, queria fazer uma coisa diferente além de coreografia, queria a participação de alguém. Na hora eu falei "Pretinha, é a hora de a gente fazer alguma coisa juntas, vamos fazer amor, amor" e ela "adoro". Sempre que me via ela cantava essa música, por isso achei que tinha tudo a ver com ela. Eu tenho muita admiração pela história e pela carreira dela.


Já o Naldo, eu estava bem antenada no que estava acontecendo, eu vi ele chegando e me identifiquei muito com o trabalho dele, que tem essa mistura do pop, com eletrônico e funk, cantando em português, com essa busca da música pop para o brasileiro. Meu marido estava trabalhando com ele em projetos, me apresentou, me encantei pela pessoa e, depois da Preta, achei que faltava um homem. Ele fez uma música inédita, cantamos e tomara que seja sucesso.

O Brasil precisava de um artista como o Naldo, algo como um Chris Brown brasileiro?

Wanessa - Você sabe que tem uma coisa que todo mundo faz no Brasil, que é essa mania de "a Madonna brasileira", "o Chris Brown brasileiro". Não existe. É uma forma de você por esse rótulo em alguém, é pesado demais. Uma vez falaram que a Wanessa ia ser a "Britney Spears brasileira", o que não é. O Naldo é o Naldo. As pessoas podem ter um trabalho parecido, um timbre parecido, mas as músicas vão ser diferentes de alguma forma. Alguns artistas se parecem, mas isso de pôr no Brasil um peso gringo é errado. A gente precisa parar de fazer isso.

Sempre há cobrança para que artistas brasileiros busquem sucesso internacional. Isso te irrita? Percebe essa mania?

Wanessa - Não me irrita porque é um foco que eu tenho até pelo trabalho que faço. Se eu falar para você que acredito que meu trabalho possa ser só para o Brasil, é mentira. Eu fiz para o Brasil, não fiz para nenhum outro país, mas acredito, hoje, depois desse DVD, depois do que já trabalhei dentro desse mercado para chegar até aqui, eu me acho preparada para começar a tentar ir atrás de uma carreira internacional. Não estou só falando de Estados Unidos. Pode ser aqui na Argentina. É cantar em outra língua, como eu estou fazendo aqui, e trazer o Brasil para esse lugar. Não é ir lá e querer fazer uma coisa que eles fazem. Tudo bem que é música pop eletrônica, então o que eu posso trazer de diferente? O Brasil comigo. Posso misturar o funk, o samba, bossa, dentro desse estilo de música. Posso mesclar influências e colocar o axé dentro do eletrônico, que foi o que eu fiz na "Shine it on".

Por ter trabalhado com o Bryan Tanaka, você sente alguma pressão em superar, ao vivo, o nível de coreografias feitas por Rihanna e Beyoncé?

Wanessa - Não, cada um tem o seu movimento. A Beyoncé dança de um jeito, a Rihanna de outro e eu de outro, cada uma veio de uma escola de dança. Não dá para comparar. Eu não vou por esse peso em mim. Eu tenho certeza que dei o meu melhor e me esforcei. Eu fiz tudo o que eu podia para entregar esse show. Eu me dediquei, suei, penei para chegar nesse resultado e é o melhor que eu pude dar naquele momento. Daqui a dois anos eu quero estar melhor que isso. Se Deus quiser, quero ficar melhor a cada ano. Ninguém é igual a ninguém. Cada um tem o seu talento e o seu espaço.


Hoje, fala-se cantores que só ganham dinheiro com show. Por que lançar um DVD? DVD ainda tem mercado, mais do que CD?

Wanessa - O DVD é mais difícil de piratear e de se baixar na internet. As pessoas compram muito nas lojas porque elas gostam de ter o show em casa, fazer o esquenta e deixar a imagem rolando. A música com a imagem, com o clipe, é muito mais marcante. As pessoas compram o DVD e, depois, a música no Itunes para pôr nas mídias digitais. Eu adoro ter CD, acho bacana você ter o encarte. Na verdade, eu gosto de ter em todas as mídias. Até mesmo o meu CD baixo depois no computador. Quem entende como a indústria funciona, como eu, não tem coragem jamais de pegar um pirata. Quantas famílias sobrevivem de música! O que as pessoas fazem é um desrespeito, estão deixando gente passar fome porque tem gente que ganha com direito autoral apenas, principalmente compositor e quem trabalha em gravadora. Imagina um médico receitando de graça? Não dá. Por que o artista tem que trabalhar de graça? Hoje, eu posso falar que o preço está muito mais acessível do que era anos atrás. Se as pessoas não tomarem consciência, daqui a pouco eu vou ter que ser médica ou arquiteta e fazer música por hobby.

Como você faz para conciliar a vida pessoal com a demanda de ensaios para esta turnê?

Wanessa - Chorando. (risos) Como eu sei que são episódios específicos na minha vida, uma turnê que vai começar, eu seguro a onda mais pelo meu filho. Antes dele, por mim eu ficava horas ensaiando e ainda adorava. Hoje, eu preciso estar com meu filho todo dia. Preciso criá-lo, educá-lo, então mantenho certo limite. Não fico louca, trabalhando por dias, e o menino sendo criado por uma babá. Isso não vai existir na minha casa.

Madonna passou dos 50 anos e continua fazendo shows parecidos com o começo da carreira. Você gostaria de ter um caminho semelhante neste sentido? Até que idade você se vê dançando e fazendo show pop coreografado?

Wanessa - Queria saber o que ela toma. Quero seguir um caminho até melhor. Para fazer isso, precisa ter muita disciplina. É muito difícil falar do futuro. Eu achei que eu ia casar muito depois do que eu casei, achei tanta coisa diferente que eu simplesmente vou vivendo. Eu preciso e quero me cuidar, ter saúde para ter liberdade de escolher se daqui a dez anos eu vou poder estar dançando ou não. Se dependesse só de mim, adoraria seguir dançando.

Você que monta seu figurino? Como escolhe as roupas?

Wanessa - Eu montei o roteiro do show, que tem três atos. O primeiro é sombra, escuridão e ego; o segundo é terra, desejo, sexo, pecados; e o terceiro ato é a procura pela luz e o poder feminino. A partir disso, sentei com os figurinistas Rodrigo Polack e o Fernando Cozendey, que é um cara do Rio que faz umas roupas de lycra inacreditáveis, e contei a história. Falei que o sapato tinha que ser de dança porque eu tenho que dançar muito. Tenho algumas limitações para show, como o suporte para o microfone, não posso usar nada de manga comprida, senão rasga. Meu figurino é totalmente baseado no roteiro do show.

Depois das principais capitais do Brasil, pretende fazer shows fora do país?

Wanessa - No segundo semestre, eu pretendo fazer eventos e investir em um festival onde meu show seja o âncora. Vou trazer talentos novos desse movimento musical que eu estou fazendo, com vários DJs. Depois disso, eu quero tentar alguma coisa fora.

Fonte: G1 Brasil
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