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Mãe diz que filha morta após soro estaria viva com teste de glicose

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Em entrevista à TV Cidade Verde, a mãe da criança Luana Mesquita, 8 anos, narrou como foram as últimas horas de vida da filha. A menina morreu com diarreia e desidratação no dia 17 de maio, em Teresina (PI), sendo que a suspeita é de que a garota teria diabetes e não poderia receber soro com glicose na veia. O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), deve apurar o caso.

Reprodução/TV Cidade Verde

Socorro Mesquita acredita que a filha poderia ter sido salva se a suposta diabetes tivesse sido diagnosticada na chegada ao hospital do Satélite, zona Leste. "Eu tenho certeza que quando ela chegou lá (no hospital), se fosse feito esse exame tão básico, tinham visto que a glicose dela estava alta e iam tomar os procedimentos que tinham que ser feitos", declarou. 

A mãe contou que Luana não apresentou melhora desde a aplicação do primeiro soro. "Ela não melhorava. Toda criança que está tomando soro, que está fraquinha, a tendência é melhorar. (...) Ela pediu para tirar o soro, ela queria ir para casa". 

Reprodução/TV Cidade Verde

Emocionada, Socorro acredita que a filha poderia ter tido maior atenção no hospital, que ainda sofreu com falta de energia elétrica durante o socorro a Luana.

"Nada vai trazer minha filha de volta. Eu olho o quartinho dela e ela não está mais aqui. (...) Até algum dia atrás, eu olhava as pessoas perdendo seus filhos e dizia: meu Deus, deve ser horrível. E hoje eu me encontro sem ela", concluiu aos prantos.

Fundação responde
No Jornal do Piauí desta quarta-feira (29), o presidente da Fundação Hospitalar de Teresina, Aderivaldo Andrade, informou que caberá ao Conselho Regional de Medicina se posicionar sobre a conduta médica dos envolvidos no atendimento. 

Wilson Filho

Andrade reafirmou as informações divulgadas pela Fundação em nota. Confirmou que os médicos não tinham diagnóstico de diabetes da paciente e usaram o procedimento padrão para casos de desidratação e vômitos por 24 horas, como foi relatado pela avó de Luana no ato da internação. 

Luana recebeu soro glicofisiológico, semelhante ao soro caseiro, só que aplicado na veia da paciente. Segundo o presidente da Fundação, a atitude foi tomada com base no conhecimento que os médicos tinham da paciente. Como a criança não melhorava na segunda aplicação, outros procedimentos foram tomados, inclusive com uso de insulina. Mas a menina acabou falecendo. 

Wilson Filho

"Medicina infelizmente tem isso. Nem sempre se acerta de primeira. Não sei se é esse o caso", disse Andrade, ressaltando que não há como saber se Luana realmente sofria de diabetes porque a autópsia não foi realizada. Ele defendeu que os pediatras não provocaram a morte da criança, mas podem ter deixado de salvá-la. 

"O que eu sei é que dois médicos tomaram as decisões com base nos seus conhecimentos profissionais. Não sei se teria sobrevivido se o diagnóstico tivesse sido correto antes", acrescentou o presidente da Fundação. 

Fábio Lima (com informações da TV Cidade Verde)
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