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Especialistas comentam caso de menino que matou a família em SP

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O médico hebiatra Antonio Noronha e o educador social Miranda Neto comentaram nesta quarta (07), durante o Jornal do Piauí, o caso do garoto de 13 anos que teria matado os pais, a avó e uma tia e depois teria se matado. O crime aconteceu em São Paulo.

Evelin Santos/Cidadeverde.com

Para o hebiatra Antonio Noronha, o menino vivia em um ambiente restrito, com pai e mãe policiais, criado pela avó, super protegido, sem diálogo aberto com os pais, com acesso a armas de fogo e liberdade para dirigir o carro da família. O médico comentou ainda que o menino gostava de um jogo com personagens assassinos e pode ter sido vítima de psicose. 

"O policial tem uma estrutura hierárquica que tem que ser obedecida. Eu digo para eles que eles tem que deixar a farda lá no quartel e quando chegar em casa ele vai ser pai. Não dá para ser pai policial porque a medida que ele faz isso ele não deixa o filho se desenvolver. Temos a cultura de considerar a criança como objeto em nossas mãos. As crianças não suportam mais essa estrutura social de que você entrega tudo estabelecido. O papa disse agora que o jovem tem que reclamar e o jovem que não reclama ele não gosta. Isso faz parte da juventude porque se ele não reclama, se ele não tem um local para desenvolver ideias, ele guarda e fica igual a uma panela de pressão. Uma hora ela estoura", explicou Antonio Noronha.


Ainda de acordo com o médico, os jogos estimulam o comportamento violento dos jovens, mas não são os únicos responsáveis pelas atitudes. 

Já o educador social Miranda Neto, coordenador do GAV, grupo que trabalha com crianças em comunidades carentes de Teresina, acredita que os jogos são responsáveis por certas atitudes de crianças e adolescentes, independente da educação dada pelos pais. "O game sempre dá a vitória para quem mata mais. A ânsia dele é que aquilo é a vida real. As crianças tem muito acesso a isso agora. É a falta de limites e o acompanhamento. A questão é de perceber se a criança tem algum problema. Os tios, vizinhos, professores e os pais não querem, às vezes, admitir que esses problemas existem", analisa.


Leilane Nunes
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