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Subdelegação: "Agespisa pode estar boicotando", diz Dudu sobre pressa

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Os vereadores Dudu do PT e Doutor Pessoa (PSD) debateram hoje (21), no Jornal do Piauí, o pedido de subdelegação feito pela Agespisa à prefeitura de Teresina. Ontem, a Câmara realizou uma audiência pública para discutir a questão.

Evelin Santos/Cidadeverde.com

Dudu questiona a rapidez com que a Agespisa quer aprovar o projeto de subdelegação, visto que a Câmara aprovou e espera a sanção ou veto do prefeito Firmino Filho (PSDB) para um projeto que leva para a Casa Legislativa a aprovação do projeto de subdelegação. Além disso, o vereador questiona também se não está havendo um "boicote" da Agespisa em relação a investimentos em Teresina para forçar a subdelegação. Dudu cita o exemplo da cidade de Parnaíba que, em cerca de 10 anos, conseguiu chegar a uma cobertura de mais de 80% dos serviços de esgotamento e abastecimento.


"Achei estranhas as opções do Antonio Filho [presidente da Agespisa]. A Câmara estava fora desse debate e o prefeito está para sancionar ou vetar [o projeto de lei]. Ele mostrou números de déficit de R$ 2,7 bilhões. A subdelegação seria em torno de R$ 1 bilhão e o governo do Estado iria atrás de outros R$ 1,7 bilhão. Ele mostrou que Teresina não tem saneamento. Eu perguntei para ele [Antonio Filho] porque Parnaíba, em 10 anos, vai praticamente universalizar. [...] Não é privatizando nem entregando o patrimônio que vai se resolver. Se ele subdelegar, não vai dar tempo de cumprir as metas do mesmo jeito. Não é de hoje para amanhã que a empresa vai garantir distribuição e esgoto. A prefeitura não vai brigar por essas multas pelo não cumprimento dessas metas. A gente sabe quando e como começam as privatizações. A gente viu como privatizaram a Vale do Rio Doce. A Agespisa pode estar boicotando, pode estar havendo um enfraquecimento do serviço da empresa para poder entregar para o capital privado. A tarifa social existe é para que o pobre pagar menos e a empresa privada não vai ter isso", afirma o vereador.


Dudu também lembrou da situação da Cohab, que foi extinta pelo governo do Estado ainda no governo Wellington Dias (PT), sem condições de investimento. Seu passivo negativo foi transferido para a Emgerpi e a Agência de Desenvolvimento Habitacional foi criada para absorver os funcionários e a prestação do serviço habitacional. Hoje, a ADH tem capacidade de investimento e financiamento de empreendimentos habitacionais com as principais instituições financeiras, principalmente a parceria com a Caixa Econômica.

Já Doutor Pessoa defende uma gestão compartilhada entre prefeitura e governo do Estado e classifica a subdelegação como "imoralidade". Para o vereador, os gestores que "saquearam" a empresa deveriam ser responsabilizados e o Congresso Nacional deveria ser envolvido na discussão em busca de financiamento para projetos a serem realizados em Teresina.


"Eu não quero incendiar, não sou Nero que incendiou Roma. Mas acho que deveriam se juntar a prefeitura e o governo com a Câmara Federal e o Senado para acharem uma solução. Essa solução é buscar dinheiro do governo federal. Os parlamentares do Piauí andam atrás do governo federal com pires tremendo na mão. É por isso que as coisas não funcionam. Subdelegar é privatizar. Na pior das hipóteses, não quer briga entre os grandes, pelo menos a prefeitura que administra uma determinada coisa, a área que seria subdelegada passa para a prefeitura. Eu gostaria que tivesse um entendimento do governo do Estado e a prefeitura. [...] O dinheiro da Agespisa só não volta porque o Brasil não é um país sério. A subdelegação é pior do que uma privatização. Quem garante que vai resolver? Disseram que esse homem [Antonio Neto] era o salvador da pátria. O que ele fez? Nada. Piorou. Esta imoralidade não passa na Câmara. O governo do Estado tem que tomar uma posição urgente. Eles são os responsáveis no momento. O nosso país está todo enlameado. Se o povo não tomar a frente, político nenhum vai dar jeito. O povo estava com um olho fechado e outro aberto e foi para a rua. Não compensa o que o povo paga de imposto para os parlamentares que o país tem. Na maioria absoluta, político só funciona na pressão", analisa Pessoa.

Leilane Nunes

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