O reitor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), professor doutor em Física Carlos Alberto Pereira, fez cálculos a convite da TV Cidade Verde na tentativa de descobrir a velocidade do carro que atropelou e matou Maria de Fátima Gomes no dia 10 de agosto deste ano.

Com base em vídeo do sistema de segurança de um posto de combustíveis próximo ao local do acidente, o advogado de defesa do empresário Junyel Freitas defendeu que o carro do acusado da morte estava entre 70 e 80 km/h.

“Fiz cálculos. O tempo é real, o vídeo mostra, e o espaço também. O veículo percorreu 54 metros em 2 segundos com velocidade média de 97 km/h. Isso dá pra observar perfeitamente que o carro estava a cima de 90 km/h”, disse o professor.

A perícia constatou que o asfalto não sofreu marcas de frenagem e que o veículo deveria estar em alta velocidade devido os estragos no corpo e pelos destroços deixados pelo carro após a colisão com a vítima.

“O advogado questionou ainda os pulos registrados na imagem. Ao meu ver, eles são descartáveis. Digo com certeza que esta tese cai em qualquer tribunal”, explico o doutor em Física. 

O debate também foi acompanhado por Delmira Gomes, sobrinha de Maria de Fátima. Ela comentou sobre a insatisfação da família após declarações do advogado. “O processo de interdição existiu, mas ela tinha laudos técnicos de três psiquiatras atestando que ela era uma pessoa totalmente normal. Todos que conheciam ela estão revoltadas. Ela saia sozinha e apesar de ser uma pessoa de 59 anos, tinha vida social ativa, fazia ginástica e não fazia uso de medicamentos”, conta. 

Por telefone, o advogado Leôncio Coelho criticou o que ele caracterizou como “verdadeiro vilipêndio moral” contra seu cliente. “Ele está sendo perseguido e julgado nas redes sociais. Vamos reagir”, disse.