A prefeitura de Teresina está realizando o recadastramento de pessoas que invadiram terrenos na região do Parque Brasil, zona norte da capital. Por conta disso, novos lotes desocupados foram invadidos por populares. O episódio se transformou em caso de polícia, depois que os donos reivindicaram a retomada de suas propriedades nesta terça-feira (3) como a dona de casa Ana Lúcia Barros, que comprou dois lotes há oito anos.

“Eu tenho esse terreno que comprei por cerca de R$ 8 mil e ainda faltam três prestações para quitá-lo. A minha sobrinha veio morar aqui porque tenho um marido prostrado e não posso deixar de cuidar dele. Ainda não construímos a outra casa porque não temos condições, mas eu estou pagando, não vou deixar que ocupem”, critica a proprietária dos lotes 6 e 7 da quadra H-3, no Parque Brasil 2. 

O terreno foi ocupado ontem por Bianca Cristina Marques, que diz que a área estava abandonada, servindo de esconderijo para ladrões. Ela diz ainda que a ação foi incentivada pela associação dos moradores. “Tivemos uma reunião com a associação e eles disseram que era pra gente ocupar todos os terrenos que tivessem abandonados. Ela (Ana Lúcia) diz que o documento existe, mas não tem ninguém morando e eu preciso de um lugar pra viver”, reclama a invasora. 

As discussões entre donos de terreno e sem-teto e invasões estão sendo rotineiras na região por isso, a Polícia Militar teve que intervir. O major José Soares, comandante de gerenciamento de crise, compareceu à região para tentar chegar a um acordo. “Estamos orientando que, nos casos em que os donos de terreno compareçam com a documentação, os ocupantes deixem o local porque não é justo que eles paguem pelo lote e sejam lesados”, destacou. O militar ouviu dos ocupantes que os líderes comunitários da região estão estimulando as invasões. 

Ao ser questionado, Paulo Sérgio Vieira Sales, vice-presidente da associação dos moradores do Parque Brasil 3, negou que isto esteja acontecendo. Entretanto, os invasores confirmam que houve uma reunião na última sexta-feira na qual foi marcada a ocupação. “Nós não estamos mandando ninguém entrar nos terrenos. São os próprios moradores que estão fazendo isso por conta do recadastramento da prefeitura”, destacou.