O presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho (PMDB), instalou hoje (04) a Comissão Parlamentar de Inquérito da Telefonia Móvel para apurar irregularidades na prestação do serviço no Piauí. Assim como na Alepi, foram instaladas CPIs em outros 16 estados. A intenção é levar à Câmara Federal os dados do Piauí para solicitar a criação do marco regulatório do setor.

A CPI da Telefonia já tem quatro deputados nomeados e deve colher os dados até novembro. A comissão foi instalada a partir de um requerimento do deputado Cícero Magalhães (PT). 

O parlamentar argumenta que a péssima qualidade na prestação do serviço no Estado merece uma investigação, principalmente no que diz respeito às linhas pré-pagas. 

"A telefonia é uma brincadeira. Não existe respeito à população. Temos 300 milhões de linhas. No Piauí, somos 3 milhões de habitantes e aproximadamente 4 milhões de linhas. Na Espanha, são 400 linhas por torre; na Itália, 460; no Japão, 1.000; e no Brasil, 7 mil. O Brasil tem 55 mil torres. É só um dos problemas. O maior é o desrespeito ao consumidor. No pré-pago é onde há o maior desrespeito e se você chegar no Procon é o maior índice de reclamações. Você sabe o que é estar próximo do inferno é tentar falar com call center. No pré-pago, como é que você sabe quanto custou cada ligação? Precisamos chegar a um novo marco regulatório. Nossa obrigação é zelar pelo direito do consumidor. Não podemos aceitar a forma com que as operadoras agem e isso porque a Anatel, ao invés de proteger o consumidor, protege as operadoras", justifica.

O líder do governo, Ismar Marques (PSB), será o titular na CPI, com o deputado Tadeu Maia (PSB) de suplente. Pelo PMDB, o titular será o deputado Mauro Tapety, com Juliana Moraes Souza na suplência. Pelo bloco PTC/PSDB, Evaldo Gomes fica como titular e Tererê suplente. Margarete Coelho será a titular do PP, com o suplente ainda a ser definido, assim como os nomes dos titulares e suplentes de outros partidos.

O deputado Cícero acredita ainda que há um "interesse" dentro do Ministério das Minas e Energia e da própria Eletrobras para que a companhia seja privatizada.

"Acho que há um boicote dentro do ministério. O [ministro Edson] Lobão é do Maranhão e será que ele tem tanta raiva do Nordeste? Acho que há uma grande corrente dentro da Eletrobras com interesse em privativar e quando a gente fala em privatizaçao lembra da telefonia. Melhorou? Não", comenta.

Leilane Nunes