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Baretta e promotor relembram crime Leandro Safanelli: "foi bárbaro"

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O delegado Francisco das Chagas, o Baretta, e o promotor de Justiça José Hamilton Bezerra Lima, são unânimes: o crime do policial civil Leandro Safanelli, 23 anos, no dia 8 de agosto de 1989, foi um dos mais bárbaros vistos no Piauí.  Para eles, é incontestável a participação do ex-coronel José Viriato Correia Lima no crime. Há exatos 24 anos, o ex-coronel está no banco dos réus na manhã desta segunda-feira (30) acusado de ser o mandante do crime. O assassinato ocorreu, segundo inquérito da polícia, porque Correia Lima não aceitava o namoro do policial civil com sua filha. 

Foto: Evelin Santos

“Hoje vai ser uma dupla justiça. Primeiro pela morte do policial Safanelli e segundo pela morte do delegado Arias Filho, que morreu investigando o crime do policial morto pelo bando do Correia Lima”, disse Baretta, que na época presidia a Cico (Comissão Investigadora do Crime Organizado) e deu ordem de prisão para o ex-coronel.

Baretta conta que Leandro Safanelli foi perseguido na avenida São Sebastião, em Parnaíba, quando saia do plantão na delegacia. O trio que estava numa Belina iniciou disparos contra Safanelli e num determinado momento um dos tiros acertou seu braço e ele caiu da moto.

“Quando ele caiu da moto, os homens fizeram uma saraivada de tiros, que recarregaram duas vezes as pistolas. Safanelli gritava ‘não me mate, não me mate’ e eles continuaram os tiros. Foram tiros em todo o corpo, no rosto, no peito. Foi morto em plena 5h da tarde na presença de vários populares”, relembra Baretta.

O delegado lembrou ainda que os acusados do crime foram detidos em barreira pela Policia Rodoviária Federal em BR de Piripiri e após telefonema de Teresina foram soltos. “A justiça tarda, mas não falha. Arias Filho foi morto com três tiros nas costas e vem um advogado e diz ainda que foi em legítima defesa. Um absurdo total”, desabafa Baretta.

Crime cruel

O promotor de Justiça, José Hamilton Bezerra Lima, que acompanhou o processo de Safanelli e outros crimes de Correia Lima, ressalta que foi um crime “cruel e sem nenhuma possibilidade de defesa da vítima”. 

José Hamilton disse que Leandro Safanelli foi morto numa “emboscada” do grupo do Correia Lima. 

“A prova é incontestável da participação de Correia Lima no crime”, disse o promotor.

O secretário de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, ressaltou que o inquérito policial mostra claramente que Correia Lima foi o mandante do crime de Safanelli.

“Foi um crime escandaloso em que o policial foi morto no meio da rua. Mas, tão grave como o do Safanelli foi também a morte do Gaúcho em Bom Jesus no dia 17 de fevereiro de 2000 e ainda não foi julgado”, disse Robert Rios.

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