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SP: ativistas serão acusados de furto

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O grupo de ativistas que invadiu, na madrugada desta sexta, o laboratório do Instituto Royal, em São Roque, a 59 km de São Paulo, e tirou de lá 178 cães da raça beagle usados em testes para a indústria farmacêutica, vai ser indiciado por furto. Peritos foram ao instituto pela manhã e não verificaram indícios de maus-tratos de animais.


Além dos cães, o boletim de ocorrência diz que foram furtados ainda duas sacolas com diversos tipos de medicamentos, três computadores, documentos e diversas lâminas de vidro utilizadas para estudos científicos.  Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para identificar os ativistas.

Segundo o  diretor científico da empresa, João Antonio Pegas Henriques, o  departamento jurídico vai “responsabilizar nas esferas civil e criminal os autores dessa invasão, pois houve saques e danos”.

A diretora do Instituto Royal, Silvia Ortiz, disse que a empresa segue todos os procedimentos estipulados pela Anvisa e classificou o ato como “terrorismo”. Os cães são usados em pesquisas de medicamentos. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia e até convulsões.

A decisão de entrar no prédio foi antecipada, segundo os ativistas, após suspeitas de que a empresa faria a retirada e o sacrifício dos animais. Ao entrar no edifício, o grupo informou ter encontrado  canis sujos e com forte odor. Muitos animais estavam com o pelo raspado e outros aparentavam estar sob o efeito de medicamentos.

Defensora dos animais há 15 anos, Giuliana Stefanini é uma das líderes do grupo, que também contou com a participação da apresentadora e ativista Luisa Mell. “Durante a tarde de quinta-feira fomos informados que eles mataram 12 beagles. Do lado de fora, escutamos gritos horrorosos das cadelas. Mataram todos os camundongos também. Eles iam matar todos os outros e por isso antecipamos nossa invasão”, justificou.

O instituto é registrado como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e recebeu R$ 5,2 milhões de convênios com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmados em 2010, para “criação, manejo e fornecimento” de roedores e cães para a ciência.

Opinião

Marcelo Weinstein Teixeira, porta-voz da Comissão de Ética e Bioética do Conselho Federal de Medicina Veterinária

O caso precisa ser investigado

O conselho federal tem muita preocupação com essa relação homem/animal e experimentação com animal precisa sempre ser observada. Caso haja uma denúncia, somos inteiramente a favor de que sejam apuradas para evitar excessos. Mas existem normas rígidas dos órgãos de controle que normatizam experimentos com animais. Isso é uma coisa internacional porque no mundo se todo faz isso. A utilização de animais para desenvolvimento da ciência vem de muito tempo. Instituições que seguem essas normas estão aptas a realizar esses experimentos. Considerando a situação específica, isso tem de ser investigado, mas não podemos de antemão prejulgar sem saber os detalhes. 

Fonte: Terra
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