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Reunião na CBF adia calendário proposto pelo Bom Senso FC

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A reunião entre o Bom Senso FC, a Confederação Brasileira de Futebol, representantes dos clubes, da arbitragem e da televisão acabou sem nenhuma medida concreta para 2014. O grosso das mudanças propostas pelos jogadores, das quais se destaca a exigência de 30 dias de férias e 30 dias de pré-temporada, só será implementada em 2015.


A justificativa para o adiamento das reivindicações está na realização da Copa do Mundo de 2014, que consumirá 45 dias do calendário (contando o período de preparação). Segundo o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, também foi discutida na reunião o fair play negativo.

“Para 2014 não há nada definido. É covardia se falar em 2014 com a paralisação de 45 dias para a Copa do Mundo. O que ficou decidido é que, em 2015, os clubes farão 30 dias de pré-temporada e os jogadores terão direito a 30 dias de férias. Não haverá futebol em janeiro e os estaduais serão reduzidos para que sejam mais rentáveis e atrativos. É lei. Está definido. Quanto a questão do fair play financeiro, isso depende do governo e dos ministros não perdoarem as nossas dívidas, mas renegociarem o que está pendente”, disse Kalil.

Já para Alessandro, do Corinthians, o caso é mais complexo, pois o movimento não trata somente de férias e pré-temporada, mas também a questão dos clubes pequenos, que praticamente não possuem um calendário de trabalho planejado para a temporada. De qualquer forma, ele acredita que a reunião foi proveitosa.

“Estou feliz que pela primeira vez estamos discutindo futebol com todos envolvidos e todos estão abertos para fazer o futebol brasileiro melhor. Não tem como sair com tudo definido, essa é uma primeira reunião. Só nós jogadores não temos como mudar as coisas. Somos um ponto importante, mas não único", disse.

"A nossa preocupação é com os jogadores dos pequenos clubes que são a maioria e só jogam durante três ou quatro meses. Estamos aqui brigando por um trabalho mais justo para eles”, completou Alessandro, que afirmou que, só depois de conversar com os 4 mil jogadores profissionais que aderiram ao movimento, marcarão uma nova reunião.

Alex, meia do Coritiba, disse que um diálogo foi aberto, mas que as negociações ainda vão continuar. Ele criticou a ausência de representantes dos treinadores e dos executivos de futebol, já que é preciso a união de todos para que o futebol evolua.

“É impossível resolver tudo em três horas, mas conseguimos o diálogo. A CBF e a televisão estão abertos para conversar sobre o futebol brasileiro. Muitas conversas vão acontecer. Todo mundo deseja que o futebol brasileiro evolua. Acredito que ainda tenha faltado o lado dos treinadores e dos executivos, mas os outros setores estavam aí. Desde o início, sabíamos que em 2014 seria um ano atípico por causa da Copa.

Vão ter várias outras conversas. Todos os profissionais têm essa preocupação com o Fair Play financeiro e sabemos que a associação dos clubes está discutindo com o governo federal as dívidas para que as coisas se alinhem”, disse.

Entre os jogadores, participaram da reunião, além de Alessandro e Alex, o goleiro palmeirense Fernando Prass, o zagueiro colorado Juan, o meia botafoguense Seedorf e o zagueiro corintiano Paulo André. O encontro foi convocado pelo presidente da CBF, José Maria Marin, que teve ao seu lado na reunião o seu fiel escudeiro e vice-presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.

Representaram os clubes, além de Kalil, os presidentes do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello,  do Coritiba, Vilson Ribeiro, do Goiás, João Bosco Luz, e do Corinthians, Mario Gobbi. Outras partes representadas na reunião são a TV Globo, que enviou o diretor Marcelo Campos Pinto, responsável pelos contratos de futebol da emissora; e a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), que conta com o presidente Rinaldo Martorelli e o vice Alfredo Sampaio.

Depois da reunião, a CBF publicou um comunicado em seu site oficial no qual disse que vai estipular um limite de jogos anuais por ano, atendendo a outra exigência do Bom Senso FC. Porém, a entidade não esclarece qual seria o número e nem quando ele começaria a valer.

Além disto, a CBF se rebateu as críticas e disse que desde 2005, primeiro ano do calendário permanente, os jogadores sempre tiveram 30 dias de férias. Em relação à pré-temporada enxuta, a entidade colocou o ano de 2014 como uma exceção por conta da realização da Copa do Mundo de 2014. O comunicado ainda afirma que "a esmagadora maioria dos clubes não joga mais de sete vezes em 30 dias, salvo com relação àqueles que chegam às finais da Copa do Brasil e das Copas Continentais (Libertadores e Sul Americana)".


Fonte: Terra
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