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IBGE: menos de 10% da população do Piauí se declara de cor preta

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O Jornal do Piauí desta quarta-feira (20) promoveu debate sobre o sistema de cotas para ingresso nas universidades e concursos públicos. Participaram da discussão o supervisor de Informações do IBGE, Pedro Silva, e a antropóloga Dailme Tavares.

Fotos: Raoni Barbosa / Revista Cidade Verde

Dados do Censo 2010 apontam que dos 3.118.360 de habitantes do Estado, apenas 289.692 se declaram pretos, o que corresponde a 9,2% da população. "O informante é quem define a cor e a raça. Qualquer que seja a resposta tem que ser aceita pelo pesquisador. As opções são cor branca, amarela, parda ou preta e raça indígena. Se não se enquadrar, fica como indefinido", explicou Pedro.


Segundo a antropóloga, o racismo, apesar de não ser institucionalizado, permeia as relações sociais e cria ideologias mais fáceis de aceitar, como "moreno" e "marrom-bombom". Ela acrescenta que, de acordo com pesquisas, quanto maior a cor da pele, maior o preconceito.


"O padrão de beleza é o europeu. No inconsciente da população negra se cria essa ideologia de ter que alisar o cabelo e coisas do tipo. Muitas vezes há problemas com quem quer ser diferente. As pessoas tem que se adequar ao padrão europeu até mesmo para poder trabalhar", analisou a especialista.


Quanto aos concursos e vestibulares, Dailme Tavares argumenta que o sistema de cotas é uma forma de mudar a realidade atual, na qual a cada 100 alunos nas universidades públicas, apenas três são negros. Pedro Silva alertou, entretanto, que uma vez declarado negro, a comissão organizadora do concurso poderá questionar a informação.

Jordana Cury

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