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Promotora: "sistema prisional encharcou" e não tem estrutura

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A coordenadora das promotorias criminais, Clotildes Carvalho, criticou hoje (26) a falta de condições enfrentadas pelos presídios do Estado para abrigar os presos, a superlotação no sistema prisional e falta de iniciativas para que a situação seja modificada.

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

Para Clotildes, o sistema está enxarcado e inerte. "O problema maior é a superlotação. É o âmago da questão. O sistema prisional já morreu, encharcou, se acabou e a Casa de Custódia é uma tristeza. Está como um câncer incurável", analisou em entrevista ao Jornal do Piauí.

Para explicar as condições em que os presos estão, a promotora contou como se dá a visita íntima. Segundo ela, um detento lhe relatou que a visita íntima ocorre em uma "pedra", protegida por outros detentos, que formam um círculo para que as outras pessoas não vejam. 


"Eu não tenho medo de falar porque todo dia eu tenho contato com presos e pergunto a eles como estão vivendo. Eles dizem. A visita íntima é uma pedra. Eles fazem um círculo e ficam de costas, como se fosse um ato sagrado. Para o Ministério Público é a falta da dignidade. Eles estão presos, mas não podem ser tratados se nenhum princípio de dignidade humana. Mas, temos a Penitenciária Feminina onde as presas vão para as audiências de cabelo lavado e com farda, dignamente. A população é menor lá. Apesar de ter aumentado por conta do tráfico", comentou.


Ainda de acordo com a promotora, a Secretaria de Justiça tem critérios próprios para a transferência de presos. "Eles tem a forma de distribuir em pavilhões. O próprio secretário é que tem o poder de transferir presos. Não sei quais critérios ele adota porque temos presos em delegacias que são perigosos e presos simples que se encontram em São Raimundo Nonato. Não são critérios corretos. Tem presos provisórios misturados com presos sentenciados. Concordo com doutor Almir [Abib Tajra, da 7ª Vara], quando disse que os presos de alta periculosidade devem estar distantes da sociedade", disse.

Leilane Nunes
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