Teresina registra mais dois homicídios por "acerto de contas" relacionado ao tráfico de drogas. Os dois casos aconteceram na zona Norte de Teresina, um no Conjunto Francisca Trindade, região do Santa Maria da Codipi, e outro no Morro da Esperança, bairro Cabral.

No primeiro caso, o homem identificado como José Williame dos Santos, vulgo "Catuaba", 23 anos, foi assassinado com várias facadas, no meio da rua. As perfurações atingiram o tórax, as costas e o abdômen da vítima. De acordo com o sargento Wellington Viana da Silva, um morador do local chegou a ouvir os gritos da vítima. "Mas quando ele saiu na porta de casa, o Catuaba já estava morto", completou.

O sargento acrescentou que a vítima era conhecido da polícia por envolvimento com o tráfico de drogas. "Acreditamos que seja um crime motivado por um acerto de contas. Ele provavelmente foi perseguido e assassinado quando chegou a um ponto que não tinha ninguém por perto para assistir", explicou policial militar. A morte foi registrada às 21h.

O homem identificado como Rafael de Oliveira Fernandes, 27 anos, foi executado com vários tiros no Morro da Esperança, também na noite de ontem, por volta de 21h40. Segundo o delegado Francisco Costa, o Barêta, a vítima também tinha ficha criminal por envolvimento com o tráfico.

"Rafael já tinha sido preso por tráfico. Os familiares dele contaram que ele recebeu a ligação de uma mulher, chamando para algum local, tática conhecida como cheiro do queijo. Quando ele chegou lá, pessoas em duas motocicletas o executaram", contou Barêta, coordenador da Delegacia de Homicídios.

O delegado afirmou que já há informações sobre os autores dos dois crimes, mas ressalta a importância de políticas públicas para combater o problema das drogas em Teresina. "Estamos chegando rápido aos suspeitos, porém, é preciso combater esse mal que está circulando livremente na cidade. Não é só questão de polícia, tem que haver um trabalho em conjunto", finalizou.

Com esses dois novos homicídios, Teresina chega a 23 mortes apenas nos 12 primeiros dias do ano. "98% desses crimes têm relação com o tráfico de drogas", alertou o delegado. 

Quadrilha 

Barêta negou que haja um único grupo promovendo uma série de assassinatos na capital. "Se fosse uma quadrilha, nós já teríamos acabado com ela. Tenho experiência em desbaratar organizações criminosas. Participei da prisão da quadrilha do ex-coronel Correia Lima, que atuava há anos em Teresina e ninguém sabia. Esses homicídios são pulverizados, não são de autoria única", explicou.