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PM preso por desviar produtos do TJ tinha carros avaliados em R$ 80 mil

Com um salário mensal estimado em R$ 2,5 mil, o subtenente da Polícia Militar Givaldo Araújo tinha em casa dois carros usados, mas avaliados em R$ 80 mil, além de outros bens considerados incompatíveis com sua renda. Chefe do depósito do fórum da Redonda, zona Sudeste de Teresina (PI), ele foi preso ontem (13) acusado de comandar o desvio de produtos comprados para o Tribunal de Justiça do Piauí.

Fotos: PC-PI

Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil após a deflagração da Operação Depeculatus, é possível ver ainda, além dos carros, vários aparelhos de split, aparelhos de TV de led, móveis planejados e itens que seriam pertencentes ao TJ-PI.

O subtenente tem 28 anos de Polícia Militar e passou 10 deles cedido ao Tribunal de Justiça. Nos últimos dois anos, Givaldo foi o responsável por chefiar o depósito judicial, que abriga material de almoxarifado e bens apreendidos para penhora.


De acordo com o coronel Ricardo Lima, corregedor da PM, uma sindicância será instaurada paralelamente ao processo civil. Se condenado, o subtenente pode ser expulso da corporação em quatro ou seis meses, caso não surja nenhum incidente processual.

Só no ano passado, a PM expulsou cinco homens da corporação. Entre eles estavam um soldado e um sargento envolvidos em um esquema de libertação de presos, comandado por advogados. Forjando uma transferência, eles acabaram libertando o chefe de uma quadrilha no presídio de Contagem (MG).

O coronel comentou o número de expulsões da corporação. "Essa cultura de consumo desenfreada, esse ter pelo ter, o poder pelo poder, a facilidade. Às vezes até uma questão de impunidade, você pensar que não vai ser investigado. Toda essa cultura que é disseminada, e a pessoa que tem uma pobreza ética, moral, ela é consumida por essa corrente de criminalidade".



reportagem de Tiago Melo (TV Cidade Verde)
Fábio Lima (da Redação)
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