A mulher acusada de envenenar o marido, que era cabo da Polícia Militar, afirmou em depoimento na Delegacia de Homicídios que cometeu o crime porque o PM queria obrigá-la a viver sob o mesmo teto da amante. 

Maria Francisca dos Santos foi presa na manhã de ontem (24), na casa de um vizinho, após a perícia constatar o envenenamento do cabo Antônio Carlos da Silva Rocha, que foi encontrado morto dentro de uma rede, na sala de sua residência, localizada na Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina.

O delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador da Homicídios, informou ao Cidadeverde.com que a acusada declarou que estava sendo ameaçada de morte pelo marido, que tentava convencê-la a morar junto com a amante dele.

"Ela contou que, na noite anterior ao crime, o cabo disse que iria colocar as duas na mesma casa e que a esposa teria que tratar a amante direito, tratar bem. Caso contrário, daria um tiro nela", acrescentou o delegado.

Barêta explicou que a acusada responderá por homicídio qualificado, pois planejou o crime antes de executá-lo. "Ela mesma me contou que naquele noite ele estava bebendo e que por isso estava muito exaltado. Para evitar a briga, ela concordou em morar com a amante dele. Mas, sabendo que ele sempre tomava uma merenda antes de dormir, ela preparou um achocolatado com o resto de chumbinho [veneno de rato] que tinha em casa. Ele tomou quase o copo todo e o restante ela derramou na pia", completou o delegado.

Na manhã seguinte ao envenenamento, o despertador tocou e a esposa percebeu que o cabo não se mexia. "Ao se aproximar, ela percebeu que ele tinha uma espuma na boca. Depois disso, ela tomou um banho e foi para a casa do vizinho", disse Barêtta.

No depoimento, Maria Francisca ressaltou ainda que estava magoada porque o marido havia dito ao quartel do 6° Batalhão da PM que ela estava com câncer. "Com isso ele conseguiu ser dispensado para acompanhar a esposa e passou os dias na casa da amante. Chegava a ficar três dias sem aparecer em casa e pagava as contas da amante. Isso deixou a esposa revoltada", destacou o delegado.