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Chico Ramos: "Fechamento do HGV foi o maior erro sanitário do PI"

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Os deputados Chico Ramos (PSB) e João Madison (PMDB) divergem sobre a reabertura do pronto socorro do Hospital Getúlio Vargas. A medida proposta pelo prefeito Firmino Filho (PSDB) está sendo estudada pelo futuro governador Zé Filho (PMDB), que já sinalizou positivamente para sua adoção.

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

Em debate no Jornal do Piauí, Chico Ramos disse que se trata de um problema antigo e ele mesmo, quando gestor da saúde no Estado, já havia alertado sobre a probabilidade de ocorrer um colapso na saúde em Teresina. 

"O grande problema é que o HUT, eu disse isso em 2005, era um hospital que não foi construído para ser pronto socorro e não tem porta de entrada. Pronto socorro é hospital complexo, que começa a falir se você não faz porta de entrada. Chamamos atenção para isso em 1998. Apresentei um trabalho a Mão Santa [ex-governador] e Chico Gerardo  [ex-prefeito] dizendo que Teresina ia entrar num colapso e sugeri dois pronto socorros, uma na zona norte e outro na zona sul, e o HGV para atender a alta complexidade. Naquela época ninguém deu bola e agora chegou o caos", analisou.


Apesar de concordar que o fechamento do pronto socorro do HGV, na época, foi "o maior erro sanitário do Piauí", Chico Ramos não concorda que a reabertura seja a solução adequada. Isso porque o hospital, desde então, vem passando por processos que o transformaram em um local de atendimento para casos de alta complexidade.

"O HGV é hospital especializado. Nestas clínicas você não pode colocar doente ortopédico na clínica oftalmológica. Os doentes que você opera no início da semana, quando chega sexta você está dando alta, sexta está entrando outros. O hospital não é subutilizado. A ocupação do HGV é 85%. Isso é uma média altíssima. A resolutividade, o problema da urgência e emergência de Teresina tem que começar pelo interior. Não há outro caminho. Temos 224 municípios cheios de leitos hospitalares e isso não tem resolutividade nenhuma", comentou.

Já o deputado João Madison disse que é preciso esquecer "vaidades" para resolver, ao menos temporariamente, o problema do atendimento no HUT. 


"Temos que acabar a vaidade e buscar um entendimento com a prefeitura. Acho que o HGV está subutilizado. Algumas partes podem, sim, nesse momento, atender a demanda do HUT. Não quer dizer que isso seja uma coisa que vá se perpetuar. Precisamos buscar um meio de ação e acho que esse meio é o HGV. Esse momento é de solução, não podemos esperar 20 anos para fazer um hospital. E até lá, o povo vai morrer? Vamos resolver nossos problemas, não podemos ter essa vaidade. Todos são médicos e tem sua posição técnica. Mas as pessoas não podem esperar", afirmou.

Leilane Nunes
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