O enterro do dançarino DG, do programa "Esquenta!", na tarde desta quinta-feira, 24, foi marcada pela comoção e também pelas manifestações. Um grupo de amigos de Douglas Rafael da Silva e moradores da comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde ele foi encontrado morto na última terça-feira, 22, fizeram um protesto em cima de motos, com palavras de ordem e cartazes.

Sob gritos de "fora UPP matou Amarildo e o DG" a mãe de Douglas, Maria de Fátima, agradeceu o apoio dos manifestantes que chegaram ao cemitério São João Batista a pé vindos do túnel Osvaldo Prata (conhecido como túnel Velho). "Muito obrigada. Eu vou abraçar essa causa do 'morrão' como se fosse minha. Vou levantar a bandeira do meu filho", disse ela, que segurava um cartaz escrito "quem vai dançar é você! Respeite a nossa cidadania". Os manifestantes carregam cartazes e faixas com dizeres como "quantos ainda vão morrer?".

Maria de Fátima se incomodou com os policiais que faziam a segurança nas proximidades do Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde aconteceu o enterro. "Com quem eu tenho que falar para tirar essa polícia daqui? Eles estão intimidando as pessoas". Ela ainda falou sobre o trabalho do filho na comunidade: "O empresário dele é de lá, a filha dele é de lá. Meu filho amava esse morrão. Ele adotou esse morrão, adotou essa comunidade. Então, eu quero que ele continue sendo respeitado. E quero que a comunidade em nome dele seja respeitada".

Segundo informações de um dos empresários do grupo, Key Tetra, o corpo de DG foi encontrado dentro de uma creche no alto do Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde o dançarino morava. Ainda segundo Key, pessoas disseram que DG fugia de um tiroteio que teria acontecido na madrugada desta terça, e pulado o muro da creche para tentar fugir.

Procurada para falar sobre a morte de DG desde que a identidade do rapaz foi parar na mídia, na noite de terça, 22, Regina se pronunciou pela primeira vez na manhã desta quarta, através do Instagram e do Facebook: "Eu estou arrasada e toda a família 'Esquenta' está devastada com essa notícia terrível. Uma tristeza imensa me provoca a morte do DG, um garoto alegre, esforçado, com vontade imensa de crescer. O que dizer num momento desses? Lamentar claro essa violência toda que só produz tragédias assim. Que só leva insegurança às populações mais pobres do país. Agora, é impossível saber exatamente o que houve. Mas é preciso que a Polícia esclareça essa morte, ouvindo todos, buscando a verdade. A verdade, seja ela qual for, não porá fim à tristeza. Mas é o único consolo. Regina Casé."