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Premiada peça, "Alma Imoral" faz temporada de três dias no Teatro

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A premiada peça "A alma imoral" está em cartaz neste final de semana em Teresina, em temporada popular no Teatro do Boi, zona norte. A atriz Clarice Niskier, vencedora do prêmio Shell, é quem sobe ao palco na adaptação do livro do rabino Nilton Bonder. Ela esteve no programa Cidade Viva, nesta sexta.

Yala Sena/Cidadeverde.com

O teor filosófico da obra é acompanhado de histórias reais, bíblicas e científicas, tratando da importância que o ato de "desobedecer" tem no aperfeiçoamento das espécies, da natureza. A peça retrata os conceitos de certo e errado, obedecer e desobedecer, traidor e traído e as implicações que esses conceitos trazem para a vida.

"O ato de desobedecer às vezes é muito mal interpretado. É tido como às vezes como imoral, mas se observarmos, no projeto Genoma há uma explicação para o fato dos clones terem diferenças. É que quando se vai clonar há um gene que desobedece, fazendo com que os seres sejam diferentes. É isso que permite o aperfeiçoamento das espécies", explica a atriz.


O corpo, que é tido como "imoral", já que é por ele que passa os atos de reprodução, por exemplo, é mostrado de forma desnuda com o objetivo de fazer com que o público se sinta bem com a própria nudez. A tradução disso tudo é mostrar a nudez da alma, por onde permeiam todos esses conceitos.

A peça está em cartaz no Teatro do Boi, nesta sexta (13) e sábado (14), às 20h, e domingo (15), às 19h. Na tarde de hoje, Clarice fará um ensaio aberto das 15h às 16h.

A supervisão da montagem é de Amir Haddad. A montagem trata de questões como “traidor e traído, obediência e desobediência, certo, errado”, além de espiritualidade e autoconhecimento. A peça tem patrocínio da Petrobras. 

Com humor refinado e delicado, o espetáculo tem o objetivo de fazer o público se sentir bem com a própria nudez. Não a nudez padrão da moral, mas principalmente da transgressiva nudez da alma. Clarice Niskier, que fez a adaptação, conduz o público pelo caminho defendido pelo rabino de que é preciso transgredir para progredir. 

“A Alma imoral” foi reconhecida pela crítica como uma peça que causa grande impacto por conta da entrega da atriz que reflete em sua interpretação a ousadia do texto. 
A peça está em turnê nacional e já foi vista por mais de 260 mil espectadores. 


A PEÇA

A peça desconstrói e reconstrói conceitos milenares da história da civilização - corpo e alma, certo e errado, traidor e traído, obediência e desobediência.

Sozinha no palco, Clarice Niskier está em contato direto com a plateia, sem fazer uso da chamada “quarta parede”. Para contar histórias e parábolas da tradição judaica, a atriz vale-se somente de uma cadeira panton preta e um grande pano preto que, concebido pela figurinista Kika Lopes, transforma-se em oito diferentes vestes – mantos, vestidos, burcas, véus. O espaço cênico concebido por Luis Martins é limpo e remete a um longo corredor em perspectiva.

Clarice optou por não trabalhar com uma direção teatral no sentido tradicional, mas com a supervisão de Amir Haddad, que já vem fazendo este trabalho com alguns atores. “Super-visão pode significar uma visão maior ou superior, capaz de desvendar coisa que outros olhos mortais não conseguiriam ver. Assim como o super-homem (citado no espetáculo) com sua visão de raio x. Mas também pode significar uma sobre-visão, uma visão de cima, das coisas que estão acontecendo. Por exemplo: ‘A terra é azul’ disse Gagarin, sobrevoando o planeta. O que eu faço com a Clarice, bela atriz, mulher corajosa, procurando o seu lugar, é tentar dar a ela a visão de quem está de fora, e às vezes de cima, para melhor poder entendê-la e orientá-la na manutenção de sua órbita. Me dá mais prazer observar e ajudar um ator no divino exercício do seu ofício do que inventar efeitos de som e luz e algumas marcações e depois anunciar: ‘o diretor’. Sonho com um ator dono do seu próprio texto e dessa maneira, capaz de iluminar o texto de outrem pelo embate de suas idéias.”, propõe Amir.

Leilane Nunes
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