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Restaurantes se adaptam para atrair cliente que não se importa em comer só

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Até algum tempo atrás, jantar sozinho era praticamente sinônimo de pedir qualquer coisa gordurosa para viagem ou escolher um prato no serviço de quarto do hotel.

Com tais opções, evitava-se o constrangimento de se sentar para comer em um restaurante sem companhia - e o risco de ser visto como um "fracassado, sem amigos".

Mas com um número crescente de pessoas morando sozinhas, alguns restaurantes nos EUA, Canadá e Europa já estão se adaptando para atrair esses clientes e acabar com o estigma associado àqueles que pedem "mesa para um".

Só nos Estados Unidos, hoje um em cada sete adultos vive sozinho.

Aaron Allen, especialista de uma empresa da Flórida que presta consultoria para restaurantes de diversos países, diz que são crescentes os esforços para tornar os estabelecimentos mais acolhedores para esse público.

Entre as estratégias adotadas com tal objetivo estariam, segundo Allen, a instalação de mais assentos de frente para o balcão do bar ou cozinha e o treinamento de funcionários para que sejam mais atenciosos com os clientes desacompanhados.

Prazer de comer
Para o empresário restaurateur Stephen Beckta, de Ottawa, um cliente sozinho é "o maior elogio que um restaurante pode receber".

"Os clientes desacompanhados escolhem nossos estabelecimentos pelo simples prazer de comer - e não porque marcaram um encontro com alguém ou estão participando de uma celebração. Então porque não acolhê-los?"

Seus três restaurantes - o Beckta, o Play e o Gezellig - estão entre os que mais atraem pessoas desacompanhadas na capital canadense.

Além de contar com um grande número de assentos ao balcão, os três estabelecimentos também têm menus degustação, que permitem aos clientes desacompanhados se entreter com pequenas porções de até oito pratos durante o almoço ou jantar.

Os garçons estão sempre prontos para uma conversa com quem está sozinho - mas também evitam incomodar quem não está para muito papo. "Se você vai jantar sozinho, minha sugestão é que deixe claras suas preferências", diz Beckta.

"Uma mesa num canto discreto? Um lugar no balcão? Está disposto a conversar ou não quer ser incomodado? Um bom restaurante sempre quer agradar o cliente."

Mudanças sociais
Allen diz que há uma série de fenômenos sociais por trás do aumento no número de clientes desacompanhados. "As taxas de divórcio estão crescendo e as pessoas estão esperando mais tempo antes de se casar", observa.

"(Como resultado), não só há mais sozinhos no mercado como eles têm mais para gastar com alimentação e a vida em geral." Os dados oficiais confirmam que o potencial poder de compra dos que vivem sozinhos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Escritório de Estatísticas do Trabalho calcula que eles gastem US$ 1,9 trilhão por ano. Em Nova York e Paris, mais da metade das casas é ocupada por apenas um morador. Em Londres, essa taxa é de quase um terço. Em Estocolmo, quase 60% dos habitantes moram sozinhos.

É claro que muitas dessas pessoas também saem para comer com amigos e parentes, mas cada vez mais são frequentes os que não se importam de reservar uma mesa "para um".

Fonte: IG

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