O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado produziu um vídeo para ilustrar a fragilidade do sistema. A insegurança denunciada pelo sindicato estende-se tanto para as unidades que já existem e para as que estão sendo construídas.
Na penitenciária de Altos, que deverá ser inaugurada no próximo mês, os agentes verificaram a falta de itens de segurança básicos. O vídeo mostra os agentes simulando uma rebelião.
Os profissionais afirmam que a área de triagem é onde se percebe maior fragilidade. As celas neste local têm capacidade para quatro pessoas. Entre as celas e o local onde ficam os guardas não há uma tela superior de proteção.
Segundo o diretor administrativo do sindicato, Cleiton Holanda, os presos que estarão na triagem podem aproveitar a falta desse item de segurança, renderem os guardas, seguirem com facilidade até a guarita, tomarem as armas do PM de plantão e iniciarem uma rebelião e até fuga em massa.
A insegurança é agravada, segundo o diretor do Sinpoljuspi, pela superlotação das unidades penitenciárias. "Prejudica a estada dos presos e o trabalho dos servidores, prejudica a demanda judicial e a conservação das unidades. De 1977 para cá, o número de presos triplicou", afirmou.
Na Major César, por exemplo, os sindicato afirma que há presos que saem e voltam utilizando a cerca, que está em péssimo estado de conservação. As fugas ocorrem principalmente à noite, horário em que a visibilidade está prejudicada.
O diretor de presídios da Secretaria de Justiça, Wellington Rodrigues, explicou que estão sendo feitas alterações tanto no projeto do novo presídio quanto nos prédios da Major César, Irmão Guido e Casa de Custódia.
"A construção de um presídio passa pelo setor de engenharia, nunca consulta quem realmente trabalha com a questão técnica. Há 15 dias, com a obra 99% construída, levamos uma equipe de agentes para fazer uma vistoria e detectamos alterações que precisavam ser feitas e levamos ao departamento de engenharia e para a Caixa. Agora estamos esperando que a Caixa libere essas alterações para que a gente possa repassar para a construtora", afirmou.
Ainda de acordo com Wellington, o vídeo havia sido gravado 40 dias e o "o sindicato se precipitou e colocou na imprensa antes de procurar saber se as alterações haviam sido feitas".
Em relação a Major César, Wellington afirma que não houve participação de detentos dessa unidade em crimes registrados na região. "Ontem conversei com a delegada de Altos e não houve mais nenhuma nova denúncia do envolvimento de presos em crimes. Foi iniciado o concerto da cerca", disse.
Na Irmção Guido, foi feito o reforço da tela. "Vamos fazer reforço de dois paredões também. Estamos fazendo o que é possível", afirmou.
Já na Casa de Custódia, está sendo feito um reforço da parte superior.
Joelson Giordani (da TV Cidade Verde)
Leilane Nunes (da Redação)
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