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Beber ou não: saiba quando o álcool é seu aliado ou seu inimigo

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1. Você só tem mais uma dose de antibiótico para tomar, já se sente bem e o happy hour parece estar chamando.

Se você está se sentindo bem, passe livre para um ou dois copos. "Não há uma interação para que o álcool corte o efeito do remédio, mas é melhor não abusar", diz Paulo Henkin, médico nutrólogo e diretor da Associação Brasileira de Nutrologia, de Porto Alegre. O que a bebida faz nesse contexto é afetar a capacidade de seus glóbulos brancos combaterem infecções. Então, caso você abuse antes de ter se recuperado, seu sistema imunológico pode ser suprimido e será como se não tivesse tomado nenhum comprimido. "A maioria dos antibióticos ataca o invasor nas primeiras 72 horas, por isso é importante se afastar do álcool no início do tratamento. É indicado tomar o remédio sem interferências até o fim, pois a recuperação total varia de acordo com organismo", afirma o clínico geral e nutrólogo Roberto Navarro, de São Paulo. Outro alerta para não se empolgar e tomar muitas doses é que aquela cerveja pode acelerar a eliminação do medicamento por via urinária, reduzindo seu efeito, segundo Lilian Kanda, endocrinologista do Hospital Santa Cruz, em São Paulo.

2. Esta manhã você tomou uma pílula antiansiedade. Agora está querendo ir para uma festa.

Todos os tipos de álcool podem potencializar os efeitos colaterais (como sonolência e tontura) de qualquer remédio para a ansiedade. "Beber após ingeri-lo pode causar o comprometimento das funções psíquicas e a diminuição da atividade dos sistemas cardiovascular e respiratório. Em casos extremos, leva desde a amnésia e o coma até a morte", diz Lilian. Se o medicamento fosse um antidepressivo, por exemplo, você acabaria ficando elétrico e com insônia. "Diferentemente dos antibióticos, o álcool interfere diretamente nesses remédios. Não se arrisque", aconselha Henkin.

3. Você está em um spa, onde é oferecida uma taça de champanhe pós-massagem.

O espumante aumenta o efeito calmante. De acordo com Lilian, pesquisadores japoneses e americanos concluíram que o álcool abre um tipo específico de canal iônico chamado GIRK, que permite que as células cerebrais eliminem íons potássio. Isso acaba deixando você mais leve. "Uma dose de cerca de 30 ml não traz malefício algum, mas em exagero estimula a liberação de acetaldeídos, produzidos pela enzima do álcool em nosso fígado e um dos agentes responsáveis pela ressaca", afirma Navarro. Outro benefício para policiar é que muitos drinques fazem com que os hormônios do bem, como a serotonina e a dopamina, liberados durante a massagem, sejam neutralizados, cortando o efeito positivo de todo o relaxamento.

4. Depois de voltar de férias em uma longa viagem de avião, você está sentindo o peso do fuso horário em suas costas e quer um copo de vinho para relaxar um pouco.

É tentador beber uma dose para ajudar a relaxar, mas saiba que ela pode piorar sua péssima condição, especialmente se já tiver passado da meia-noite no local em que estava anteriormente. Seu relógio biológico ainda está em solo estrangeiro e um copo de bebida a essa hora pode subir para a cabeça três vezes mais rápido do que no início da noite. Fusos à parte, o álcool também interfere nos hormônios do sono, o que torna mais difícil retomar a programação de horas dormidas. "Nesse caso, o álcool mais atrapalha do que ajuda. A bebida auxilia a induzir o sono inicial, mas a profundidade é superficial e você não descansa", explica Navarro.

5. Você tomou alguns comprimidos de ibuprofeno (anti-inflamatório) para uma dorzinha de cabeça após o almoço e agora está indo para um coquetel.

Alguns médicos dizem que essa mistura é benéfica mesmo que possa acontecer o retardamento do efeito do remédio. "Tomar ibuprofeno pode diminuir as inflamações relacionadas ao álcool, que levam a uma ressaca desagradável", diz Aaron Michelfelder, médico da Universidade de Loyola, nos EUA. Mas não passe de duas doses. "O álcool irrita a mucosa do estômago, tanto que a ressaca pode causar fortes dores e gastrite, e o anti-inflamatório também possui substâncias que afetam o órgão. Logo, a junção em excesso de ambos leva à dor ou até a uma hemorragia gástrica", diz Henkin.

6. Você dividiu uma garrafa de vinho com um amigo no jantar. Horas mais tarde, está superacordado e de olho em medicamentos para dormir.

Quando combinamos álcool com soníferos, prejudicamos a capacidade de pensar com clareza. Em outras palavras, a bebida pode agravar os efeitos desses remédios, o que afetará sua função cognitiva e de direção. Muito mais seguro: pegue um bom livro e leia até cair no sono. "Com esse pequeno intervalo de tempo, você ainda estará metabolizando o álcool no fígado. Talvez até consiga dormir, mas os efeitos serão potencializados e há até o risco de ter crises respiratórias e problemas cardiovasculares, já que seu cérebro pode simplesmente apagar", diz Navarro.

7. Você está exausto, mas há a festa de seu melhor amigo, que começa em uma hora. A vontade é de tomar a mistura de vodca com energéticos para ficar acordado.

Mantenha seus drinques sem álcool. Bebidas energéticas contêm cafeína e outras substâncias estimulantes, que podem anular os efeitos sedativos do álcool. Isso soa como algo bom, mas pesquisas mostram que muitas vezes as pessoas acabam bebendo mais do que deviam. "A soma do energético com o álcool mascara a sensação de cansaço e obriga o organismo a trabalhar em uma situação crítica", afirma Lilian. Preocupe-se também com o coração quando insistir nesse coquetel. "O álcool dilata os vasos sanguíneos e seu organismo acelera as batidas do coração para manter a pressão estável. Enquanto isso, o energético também aumenta a pressão. Essa junção de fatores obriga o coração a bater tão rápido que, por vezes, ele não consegue, causando arritmia e podendo levar à morte", alerta Navarro.

8. Ops. Você se queimou na praia e uma cerveja gelada seria o paraíso.

Com a queimadura, o organismo dilata os vasos sanguíneos para dissipar o calor. É um mecanismo de defesa e resfriamento. "Acontece que o álcool também tem um efeito vasodilatador e a combinação pode fazer sua pressão cair", diz Navarro. Outro malefício ao unir essa dupla é que, segundo Lilian, o calor aumenta a retenção de líquidos e o álcool sobrecarrega o metabolismo, assim o consumo excessivo pode causar uma hipoglicemia e levar a desmaios. Caso esses dois problemas não a convençam a ficar longe da cervejinha, lembre-se de que o álcool aumenta a vermelhidão e você já está um camarão.

Fonte: M de Mulher

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