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Diretor do HUT considera: "Prisão de médicos por falta de UTI é crime"

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O diretor do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Gilberto Albuquerque, declarou que prender médicos por falta de UTIs é crime. O hospital decidiu processar o juiz Deoclécio Souza, que ordenou a prisão de dois médicos do HUT por terem descumprido a decisão de garantir uma UTI para pacientes considerados em estado grave, pela justiça.

"Se esses mandados de prisão tivessem sido executados, os médicos teriam sido retirados do local de trabalho, onde cuidavam de uma dezena de pacientes graves. Se a polícia tivesse levado, quantos poderiam ter morrido, com um mandado desse? Os pacientes daquele ambiente ficariam desasistidos. Isso é um crime", completou o diretor.

O gestor explicou que o médico não é responsável por criar vagas em UTIs. "Se um médico de plantão só tem 10 leitos de UTI, ele só pode botar lá 10 pacientes. Como vamos puni-lo se ele não é culpado? Queremos que se use o princípio da razoabilidade", disse Albuquerque, em entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (9).

Gilberto descreveu ainda as dificuldades enfrentadas no Sistema Único de Saúde (SUS). "No Brasil foram fechados 43 mil leitos hospitalares. Como é que se diminui o número de leitos? O sistema não está adequado, mas não é o médico que precisa ser punido. No HUT estamos trabalhando com mais de 40 leitos, três vezes a mais que o número de leitos recomendado para o tamanho do hospital", ressaltou.

Gilberto destacou também que as decisões da Justiça são tomadas sem critérios médicos. "Antes, o médico escolhia quem retirar da UTI, ou retirava aqueles que tinham mais chances de sobreviver ou os que não tinham mais chances, mas hoje é a Justiça que decide, sem critério nenhum. Tivemos pacientes com morte cerebral que o juiz mandou deixar na UTI, mesmo não tendo mais chances", finalizou.

Jordana Cury
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