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Conheça os riscos do PMMA, outro produto usado por Andressa Urach

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O polimetilmetacrilato, conhecido pela sigla PMMA, ou por metacril, é um produto composto por microesferas de um material parecido com plástico. A substância, usada para preenchimento corporal, é uma das que foram aplicadas nas pernas da modelo Andressa Urach em 2009, junto com o hidrogel, para aumentar o volume das coxas.

Andressa foi internada neste fim de semana em um hospital de Porto Alegre com uma infecção na coxa esquerda e permanece em estado grave. Em nota, o Grupo Hospitalar Conceição, onde a modelo recebe tratamento, atribuiu a infecção ao uso do hidrogel. Mas o PMMA também pode trazer riscos importantes para a saúde, segundo médicos.

Uso não é recomendado

De acordo com o médico Fernando de Almeida Prado, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP-SP), o produto é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o uso é indicado somente em situações muito específicas e em pequenas quantidades. É o caso de pacientes com HIV, que podem ter deformações no corpo e no rosto devido à doença e à medicação.

Apesar disso, a injeção do produto para aumento de volume de regiões como o bumbum e a coxa – conhecida como bioplastia – é oferecida por vários estabelecimentos. “A SBCP não recomenda o uso de PMMA com fins estéticos dessa maneira. É um produto que pode ter uma série de complicações a longo prazo e merece mais estudos”, diz Prado. Ele acrescenta que o PMMA não é absorvido pelo corpo, portanto trata-se de um procedimento permanente.

Riscos são grandes

A colocação do produto é feita de maneira similar à do hidrogel: com uma microcânula e sob anestesia local, de acordo com a médica Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Segundo ela, os riscos inerentes ao PMMA são ainda maiores do que os observados no hidrogel: “Se causa problema, ele fica para sempre, pois não é possível retirar tudo com uma lipoaspiração”.

O cirurgião plástico Claudio Cardoso de Castro, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM) fez um estudo em 2009 sobre os efeitos do uso do PMMA no organismo. As conclusões são que o produto pode mudar de lugar, levando a deformações, além de provocar degeneração nas células do organismo.

Além disso, se o produto for injetado por engano dentro de um vaso, o paciente fica sujeito a embolias que podem levar à morte, além de necroses na pele.

“Já vi vários casos que não tinham mais solução, as sequelas são horrorosas. Uma substância como essa pode sair do lugar, provocar infecções, cair na circulação”, diz Castro. Ele acrescenta que a retirada do produto é muito difícil, pois não é possível distingui-lo de outros tecidos do corpo.

Valéria lembra que o PMMA é muito mais barato do que o hidrogel, o que facilita o uso irregular por pessoas que não são médicas e nem têm habilitação para esse tipo de procedimento.

 

Fonte: G1

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