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14 fatos sobre nutrição que todo mundo precisa saber

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Atualmente, muito se fala sobre a importância de se seguir uma alimentação saudável: seja para se manter no peso ideal, seja para garantir mais saúde e qualidade de vida.

Porém, é verdade que, como o tema nutrição está sempre em pauta, algumas opiniões sobre determinado alimento ou hábito, muitas vezes, parecem ser contraditórias ou soam um tanto “estranhas”. Não por acaso, e apesar de este ser um assunto de extrema importância e amplamente debatido, existem muitas dúvidas em torno do tema nutrição. Abaixo, por exemplo, você confere os esclarecimentos para questões muito importantes sobre nutrição, mas que ainda geram dúvidas.

1. A carne não “apodrece” no seu intestino.

Helouse Odebrecht, nutricionista funcional e esportiva, explica que a carne é um alimento perecível, que deve ser conservada com boa higiene desde o início de sua comercialização. “Quando ingerida, o sistema digestivo, através de suas enzimas, tem a capacidade de iniciar o processo de desintegração do alimento para transformá-lo em nutrientes menores e facilitar a sua absorção. Este ambiente é praticamente estéreo, onde o alimento sofre a digestão não ocorre putrefação de suas partes e, sim, a formação de um bolo que sofrerá absorção de suas partes nutricionais e eliminação, através das fezes, da parte não aproveitada pelo organismo”, diz.

Graziela Thomaz, nutricionista da Onodera Estética da Barra da Tijuca, reforça que a carne é digerida no estômago. “Por ser proteína, essa digestão é um pouco mais lenta e seus nutrientes serão absorvidos no intestino”, explica.

Daniela Cyrulin, sócia diretora da Nutri & Consult, ressalta, porém, que a carne é um alimento de difícil digestão e contém algumas substâncias que, em altas quantidades, podem ser consideradas tóxicas, ou seja, com o passar do tempo podem levar ao aparecimento de doenças. Entretanto, lembra, “apodrecer” não é a palavra correta para se usar neste caso.

2. Alguns hábitos alimentares ocidentais resultam em doenças graves.

A nutricionista Helouse Odebrecht destaca que a população ocidental industrializou muito sua alimentação nos últimos anos, aumentando o consumo de aditivos químicos, como conservantes e corantes. “Aumentou ainda o consumo de açúcar, farináceos, gordura, gordura vegetal e sal (e junto com este, o sódio). Estas são uma das principais causas do aparecimento de doenças, como aumento de riscos de vários tipos de câncer, sobrepeso, obesidade, doenças cardíacas e problemas de pressão arterial aumentada através da alimentação”, diz.

Além disso, explica a nutricionista Helouse, o sedentarismo e o estresse também são hábitos que contribuem para a potencialização do aparecimento destas doenças.

Porém, ressalta nutricionista Daniela Cyrulin, ainda assim, não se pode afirmar que “onde os hábitos alimentares ocidentais vão, as doenças vão atrás”. “A dieta mediterrânea, por exemplo, regada a azeite, tomate, vegetais verde-escuros, grãos e cereais integrais e peixe, é ocidental, porém, saudável”, diz.

O problema, destaca a nutricionista Daniela, está na Fast Food e no tamanho exagerado das porções.

“Outra coisa interessante é a Nutrigenômica, ou seja, a genética ligada à nutrição. Para os japoneses, a comida japonesa é muito saudável, porém, se um esquimó viver de comida japonesa, talvez desenvolva pressão alta. Isso quer dizer que seres nascidos em uma região são mais tolerantes aos alimentos locais”, acrescenta a nutricionista Daniela Cyrulin.

3. Na área da nutrição é preciso buscar informações de fontes confiáveis.

Atualmente são divulgados pela mídia muitos estudos a respeito de alimentos. O que muita gente repara é que, em alguns casos, algumas pesquisas chegam até a ser contraditórias. Por exemplo, num dia se diz que o ovo é “vilão”; depois de algum tempo, divulga-se que ele é um grande “aliado da saúde”.

Com isso surge a dúvida: todos os estudos divulgados pela mídia são mentirosos?

Helouse destaca que os estudos não são mentirosos. “O que precisamos entender é que, assim como a medicina ou qualquer outra ciência, a nutrição também evolui, as pesquisas avançam e novos conhecimentos são adquiridos”, diz.

Ela usa ainda o exemplo dos estudos sobre o ovo. “Quando se isolou o colesterol da gema nos primeiros estudos, identificou que o mesmo possuía uma quantidade de colesterol limite para o consumo diário. Com a evolução dos estudos, atualmente, sabe-se que o colesterol contido no ovo é eliminado através das fezes e que o seu consumo diário não está relacionado com o aumento do colesterol, mesmo incluindo a gema (sem fritar)”, destaca a nutricionista Helouse.

Graziela Thomaz reforça que é preciso se atentar sempre para a fonte do estudo: observar se é científico, se foi significativa a amostra etc. “Como na área da saúde há muitas pesquisas, às vezes, informações de anos atrás podem ser modificadas com essas novas pesquisas”, acrescenta.

Daniela Cyrulin destaca que a maioria dos estudos sobre nutrição não é mentira, mas, dependendo da fonte pode ser tendenciosa ou “marketing puro”. “Por isso, procure pegar informações de fontes confiáveis e na dúvida consulte sempre um nutricionista”, destaca.

4. Óleos refinados e processados não são saudáveis.

Helouse Odebrecht explica que os óleos refinados passam por um processo em que ocorre o acréscimo de solventes que podem ser prejudiciais à saúde. “Então, os óleos mais saudáveis para consumo e culinária seriam aqueles que não passam por processamento químico, como os óleos e azeites extravirgem”, diz.

Graziela Thomaz destaca que os óleos refinados são extremamente inflamatórios. “Os melhores são prensados a frio, como o óleo de oliva, de linhaça, de uva”, acrescenta.

5. Natural não significa necessariamente saudável.

A nutricionista Helouse explica que um alimento pode ser natural, orgânico, sem glúten, mas rico em açúcar ou gordura, pobre em fibra etc. Por isso não se pode dizer que “natural” significa sempre “saudável”.

“Por isso é muito importante que o consumidor leia sempre os ingredientes que compõe o alimento”, ressalta a nutricionista Helouse.

6. A gordura dos alimentos nem sempre te faz engordar.

É comum que as pessoas pensem imediatamente que a gordura dos alimentos “faz engordar”. A nutricionista Helouse Odebrecht explica, porém, que o organismo humano precisa de cerca de 30% da quantidade de calorias vindas das gorduras, que são responsáveis pela absorção de algumas vitaminas, formação de hormônios, equilíbrio de temperatura do corpo, formação de membranas, entre outras atividades.

“A qualidade dessa gordura que faz toda diferença. Neste sentido é fundamental: eliminar gordura industrializada tipo vegetal ou hidrogenada, controlar o consumo de gordura saturada, proveniente de fontes animais e melhorar o consumo de gorduras insaturadas, ricas em ômegas como abacate, peixes, azeite, castanhas e sementes – são alternativas para manter a saúde e o controle do peso ou, até mesmo, promover o emagrecimento. A gordura é importante, nas quantidades e composição equilibrada, dentro do cardápio diário, não engorda”, destaca a nutricionista Helouse.

Porém, a nutricionista Daniela Cyrulin lembra que a gordura é calórica. “Isso é fato: 1g de gordura tem 9 calorias, enquanto 1g de proteína tem 4. Ou seja, a gordura mal distribuída e em excesso pode te engordar sim”, diz.

Graziela Thomaz ressalta que qualquer macronutriente com ingestão acima do recomendado pode causar um aumento de peso. “Mas se a ingestão estiver controlada, a pessoa não correrá esse risco”, diz a nutricionista.

7. Os carboidratos não te fazem necessariamente engordar.

Carboidrato é o nutriente mais importante para o fornecimento de energia para o organismo e funções do cérebro. A nutricionista Helouse explica que, sem o carboidrato, as funções vitais ficam prejudicadas e, em geral, o corpo tende a armazenar um estoque extra de gordura.

“Os carboidratos consumidos na sua porção certa e de boa qualidade – como integrais, raízes, cereais, feijões, legumes e verduras – não engordam e geram benefícios ao organismo”, destaca a nutricionista Helouse.

A nutricionista Daniela Cyrulin acrescenta que, dependendo da quantidade e do tipo de carboidrato, ele pode ser “melhor” ou “pior”. “Pensando em ganho de peso, a porcentagem de carboidrato na sua dieta não deve passar de 50% e nem se deve comer carboidrato em exagero”, diz.

8. A proteína é um macronutriente importante para ajudar na perda de peso.

Porém, não se deve dizer que “a proteína é o principal macronutriente para ajudar na perda de peso”. A nutricionista Helouse Odebrecht explica que carboidratos, proteínas e gorduras, em equilíbrio, dentro de um cardápio, associados a bons hábitos, como boa noite de sono e atividade física, são o grande segredo para o emagrecimento.

“A qualidade e redução das porções de carboidratos podem ser uma estratégia na redução de peso. As proteínas de boa qualidade são necessárias para manutenção da massa magra e as gorduras boas importantes para promover saciedade, aumentar absorção de nutrientes necessários no processo, e garantir a formação de hormônios também importantes na fisiologia do emagrecimento”, destaca a nutricionista Helouse.

9. O açúcar é desnecessário na alimentação.

A nutricionista Helouse confirma que o açúcar é o alimento que pode ser retirado 100% da alimentação, sem malefícios com sua ausência ou carência de nutrientes. “Ele é desnecessário e, quando consumido em excesso, traz muitos malefícios à saúde, dentre eles: a contribuição para o aparecimento de síndrome metabólica, candidíase, fungos e desenvolvimento de células cancerígenas”, diz.

A nutricionista Daniela Cyrulin destaca que o açúcar refinado ou em doces inflama, envelhece, causa doenças etc. “O do refrigerante, por exemplo, é o açúcar refinado ou os xaropes – esses são feitos de açúcar, glicose, milho e são piores que o açúcar refinado em si”, acrescenta.

10. A melhor dieta para você é aquela feita por um profissional capacitado para isso.

A nutricionista Graziela Thomaz destaca que a melhor dieta para uma pessoa é aquela feita com acompanhamento de um profissional capacitado para isso, sempre levando em consideração as características da pessoa, sua rotina, seu estilo de vida.

Helouse Odebrecht explica que é importante que a dieta seja feita respeitando os gostos e a rotina da pessoa. “Esta ação pode melhorar a adesão da pessoa ao cardápio, mas é necessário verificar exames bioquímicos, intolerâncias, alergias e adequar o dia a dia alimentar contando com esses fatores e, também, procurando respeitar o paladar pessoal, bem como incentivar sempre o consumo de uma alimentação mais saudável possível”, destaca.

A nutricionista Daniela Cyrulin reforça ainda que, se a rotina da pessoa é completamente desregrada e seus gostos, péssimos (fast food, muito sal, muito açúcar etc.), ela tem, sim, que mudar e adaptar sua rotina e seus gostos.

11. HDL (colesterol bom) e gordura insaturada em excesso também fazem mal.

Helouse destaca que o que é bom, é bom até certo ponto. “O exagero pode, sim, fazer mal à saúde. Estudos já relatam casos com HDL muito alto e risco aumentado para doença cardíaca. Bem como o consumo exagerado de gordura insaturada que pode trazer um desequilíbrio calórico, levando ao aumento de peso, e fisiológico, que pode, por exemplo, alterar a produção de hormônios no organismo”, explica.

A nutricionista Daniela Cyrulin explica que o HDL da pessoa não deve passar de 60 nos exames (apesar de ter que estar acima de 45) e que existem gorduras insaturadas, como o óleo de milho, que são extremamente inflamatórias.

12. Você não deve confiar cegamente no que os fabricantes dizem sobre o produto.

A nutricionista Daniela Cyrulin explica que, muitas vezes, eles escolhem somente um aspecto do produto e fazem grande propaganda sobre aquilo, mas, por trás do produto, existem vários outros ingredientes maléficos.

Dessa forma, reforça-se a necessidade de ler os rótulos dos produtos, ingredientes e todas as informações contidas ali. “Por lei, os fabricantes precisam identificar tudo que contém no alimento, sem esconder nada. Por isso, é muito importante que o produto seja legalizado pelos órgãos públicos, como o Ministério da Agricultura. Acreditar só na propaganda ou slogan não é interessante, é preciso ler cada ingrediente e saber o que significa”, destaca a nutricionista Helouse.

13. Elas importam, mas você não precisa ficar obcecada contando as calorias de tudo o que come.

A nutricionista Helouse Odebrecht explica que, dependendo de onde vêm as calorias do alimento, elas podem ser benéficas ou não. “Às vezes, você encontra alimentos pouco calóricos, mas pobres em nutrientes e ricos em açúcar, e alimentos calóricos, devido à presença de gorduras insaturadas, mas benéficos ao coração. Observar a qualidade e de onde vêm as calorias é uma ação acertada”, destaca.

Daniela Cyrulin explica que as calorias só importam num aspecto do emagrecimento, pois a conta “eu gasto mais calorias do que consumo” realmente deve ser levada em conta. “Mas, o que importa na perda de peso é a combinação de alimentação equilibrada, com proporção adequada de nutrientes, variada, com um pré e pós-treino organizados”, destaca a nutricionista.

14. Comida de verdade é o caminho para a saúde, ao contrário da comida processada.

A nutricionista Helouse explica que encontramos nos alimentos naturais aquilo que nosso organismo está apto para absorver e digerir. “Os alimentos processados, em sua grande maioria, possuem aditivos químicos que são tóxicos para o organismo e já perdem muitos nutrientes na sua manipulação”, diz.

“Volte às raízes, escolha alimentos com ingredientes que você teria na sua despensa, que saiba pronunciar os nomes, repletas de nutrientes e compostos antioxidantes, de preferência sem aditivos e venenos”, orienta a nutricionista Daniela Cyrulin.

Agora você já conhece fatos importantes sobre a nutrição. Lembre-se que, em casos de dúvidas, o melhor caminho é sempre procurar um profissional apto para ajudá-la!

 

Fonte: Dicas de Mulher

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