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Margarete Coelho: dos movimentos estudantis a primeira vice-governadora do Piauí

  • margo8.jpg Foto: Arquivo Pessoal
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  • margo4.jpg Foto: Arquivo Pessoal
  • missa.jpg Registro da missa que antecedeu a posse
    Foto: Wilson Filho
  • culto.jpg Momento do culto que fez parte da programação da posse
    Foto: Wilson Filho

A política do Piauí aos poucos vai se renovando. Enquantos uns encerraram suas carreiras em 2014, o ano que se inicia promete ser de mudança para outros. É o caso da ex-deputada estadual Margarete Coelho (PP) que, a partir de hoje (01), se torna a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora do Piauí. O caminho para chegar até o posto começou a ser trilhado em São Raimundo Nonato, a 536 km ao sul de Teresina, terra onde nasceu. Desde os tempos de colégio, ela já participava ativamente dos movimentos estudantis. 


Margarete Coelho nasceu em São Raimundo Nonato, onde começou a militar em movimentos estudantis

"Participei ativamente dos movimentos estudantis. Na época de faculdade, participei da criação do Movimento Ambiental de Defesa do Patrimônio Histórico Cultural do Piauí, hoje o Cara Alegre, junto com os professores Cineas Santos e Alcides Filho.

A primeira graduação de Margarete não foi em Direito, onde ganhou notoriedade, mas em Construção Civil no ano de 1984 pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). O mundo jurídico só foi conquistado em1988, também pela UFPI.  Casada e mãe de duas filhas, a advogada se especializou em Direito Eleitoral, Constitucional e Processual e é mestranda em Direito Público pela UNISINOS. Reconhecida na profissão, se tornou Conselheira Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O passo seguinte foi entrar de fato na política, mesmo sendo filiada ao PP desde os 18 anos de idade.


Vice-governadora é graduada em Direito e em Construção Civil pela UFPI

Margarete foi eleita pela primeira vez como deputada estadual com 22.749 votos, renunciou ontem (31) para se tornar nesta quinta-feira,  a primeira mulher vice-governadora do Piauí. Como parlamentar, integrou as Comissões de Constituição e Justiça; Defesa dos Direitos da Mulher; Infraestrutura, Política Econômica e Segurança Pública na Assembleia Legislativa. Atuante, participou de várias lutas em defesa dos direitos sociais e do Estado democrático de direito. Acompanhou a tramitação do processo que tratava sobre a redução nas bancadas dos Estados e do Distrito Federal.  A decisão que impediu a redução das vagas teve como base a inconstitucionalidade da Lei Complementar (LC) 78/1993, que autorizava o corte eleitoral das vagas para deputados estaduais e federais, de acordo com os índices populacionais.

A então parlamentar foi uma das autoras do pedido impetrado em forma de Ação de Inconstitucionalidade, fazendo ainda no Supremo Tribunal Federal (STF), sustentação oral em defesa da manutenção das vagas estaduais.  “Nossa atuação sempre será voltada para defender os interesses do Estado, sempre que estes estiverem em risco, como foi o caso da redução das vagas no Poder Legislativo”, afirma, ressaltando que exerceu até o último dia seu mandato de forma bem participativa.

"Destacando a defesa do Piauí, tanto na sua representação política, quanto na sua história, cultura, meio ambiente e saberes. Conheço bem meu Estado. Represento um dos segmentos sociais que, a despeito de ser a maioria da população, tem precisado lutar muito para ver reconhecidos os seus direitos de cidadania: as mulheres e as meninas. Participo desse debate há muito tempo.  Além disso, sou uma sertaneja e as mulheres do sertão enfrentam tantos desafios, que precisam estar preparadas para todos os que sempre vêm", conta.


Deputada estadual Margarete Coelho toma posse na Assembleia Legislativa em 2011

Segundo a vice-governadora, viver e conviver em um colegiado é um ensinamento, principalmente no que se refere a tolerância. "Precisamos respeitar as opiniões e dar um passo atrás para avançar mais tarde. A experiência como parlamentar foi inigualável. O Poder Legislativo é, sem dúvida, a mais importante instituição da República. É onde estão representados os mais diversos seguimentos sociais, é onde nascem as leis, onde o debate de ideias é livre, onde se busca incessantemente a solução para os problemas do estado, é aqui que se aperfeiçoa a democracia. Onde há um Poder Legislativo forte e independente, existe uma democracia estável", declara.

Ainda de acordo com Margerete, durante os quatro anos que passou no Legislativo, dois temas deram a direção do seu mandato: a defesa do meio ambiente e a implantação de políticas públicas para as mulheres. "Não poderia ser diferente, primeiro por ser mulher, segundo, por ser uma amante das belezas naturais do meu estado que a cada dia que passa agoniza nas mãos do homem", relembra.


Diplomação de Margarete Coelho como primeira vice-governadora do Piauí

A vice-governadora já vislumbra o fim de sua nova jornada e, para isso, pede a Deus que chegue daqui a 4 anos com a cabeça erguida. "Daqui a quatro anos, quando terminar meu mandato de vice-governadora, eu peço a Deus apenas uma coisa, que eu possa concluí-lo com a mesma consciência tranquila com que encerro meu mandato de deputada estadual. Eu quero encerrar meu mandato de vice-governadora com o mesmo sentimento com que encerrei meu mandato de deputada, com o sentimento de dever cumprido, com a consciência de que dei o meu melhor”, finaliza.

Atuações importantes na carreira de deputada
 
- Autora do Projeto de Lei que criou o piso salarial dos Advogados do Piauí.
 
- Autora do Projeto de Lei que criou a Coordenadoria Estadual de Políticas para as Mulheres
 
- Relatora da CPI da Telefonia da Assembleia Legislativa do Piauí.
 
- Autora do Projeto que instituiu a Frente Parlamentar Ambientalista na ALEPI
 
- Presidente da Frente Parlamentar Ambientalista na ALEPI
 
- Autora do Projeto que criou a Procuradoria Especial da Mulher no âmbito da ALEPI
 
- Autora do Projeto que instituiu a Frente Parlamentar dos Advogados da ALEPI
 
- Autora da Lei que dispões sobre a obrigatoriedade dos cartórios sediados no Estado do Piauí incluírem nas escrituras públicas o nome e a inscrição no Conselho Regional (CRECI) da pessoa física ou jurídica responsável pela intermediação de negócios imobiliários.

Hérlon Moraes
[email protected]

 

 

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