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Amenorreia: significado, causas e tratamentos. Saiba mais

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Talvez você nunca tenha ouvido falar do nome amenorreia, mas, provavelmente, já ouviu relatos de mulheres que ficaram certo período sem menstruar. Ou ainda, de meninas que demoraram muito a ter a primeira menstruação.

Bárbara Murayama, ginecologista e obstetra, explica que amenorreia é um distúrbio do ciclo menstrual, que provoca a ausência da menstruação. “Ela pode ser primária, quando a menstruação não começa até 15 anos, ou secundária, quando os períodos menstruais estão ausentes por mais de três a seis meses em uma mulher que já teve menstruação”, acrescenta.

De acordo com Sang Chaa, ginecologista e obstetra, esse é um problema relativamente comum, que ocorre em torno de 5% das mulheres na idade fértil. “É mais provável que a amenorreia aconteça nos extremos da idade fértil, no seu início, portanto, na puberdade, e no seu término – seria no climatério, quando ocorre a menopausa”, diz.

Quando procurar ajuda médica?

A ginecologista Bárbara destaca que, embora algumas mulheres não se importem com a falta do seu período menstrual, essas mudanças devem ser sempre discutidas com um profissional de saúde, “pois podem sinalizar condições médicas subjacentes e, potencialmente, ter consequências para a saúde em longo prazo. Uma mulher que perde mais de três períodos menstruais (consecutiva ou ao longo de um ano) e uma menina que não menstruou até os 15 anos devem consultar uma ginecologista”, diz.

“O ideal é manter um acompanhamento de rotina, desde antes da puberdade, assim a médica poderá perceber e se antecipar caso haja um atraso na primeira menstruação. E sempre que a menstruação ficar mais de três meses sem aparecer é imperativo que se procure a/o ginecologista”, acrescenta Bárbara.

Amenorreia e gravidez

Bárbara Murayama explica que a gravidez é a causa mais comum de amenorreia secundária. “Isso pode ocorrer mesmo em mulheres que afirmam que não sejam sexualmente ativas ou que tenham a certeza de que a relação sexual ocorreu em um momento ‘seguro’. É também importante notar que o sangramento menstrual aparente não exclui a gravidez, uma vez que um número substancial de casos de gravidez está associado com algum sangramento no primeiro trimestre. Assim, um teste de gravidez (medições de gonadotrofina coriônica humana sérica ou urinária [hCG]) é recomendado como um primeiro passo na avaliação de qualquer mulher com amenorreia”, diz a ginecologista e obstetra.

Por que a amenorreia acontece?

São vários os fatores que podem influenciar na ausência da menstruação. No caso da amenorreia primária, a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama destaca:

- Condições que estão presentes no nascimento, mas podem não ser notadas até a puberdade. “Estas condições incluem anomalias e anormalidades dos órgãos reprodutivos (por exemplo, se o útero não está presente ou desenvolvido de forma anormal) genéticos ou cromossômicos”, acrescenta Bárbara.

- Todas as condições que levam à amenorreia secundária podem também causar amenorreia primária.

No caso da amenorreia secundária, a profissional destaca:

- A gravidez como a causa mais comum.

- Condições ovarianas, como a síndrome do ovário policístico e insuficiência ovariana (menopausa precoce).

- Amenorreia hipotalâmica: ocorre quando o hipotálamo retarda ou deixa de liberar GnRH (hormônio liberador de gonadotropina).

“A amenorreia hipotalâmica está associada com baixo peso corporal (definido como peso de 10% abaixo do peso ideal), um baixo percentual de gordura corporal, distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa ou bulimia nervosa, estresse emocional, o exercício extenuante, entre outras situações. No entanto, em alguns casos, não há nenhuma explicação óbvia para amenorreia hipotalâmica”, explica a ginecologista.

- Aumento do hormônio prolactina, distúrbios da glândula tireoide também são causas razoavelmente comuns. “E é por essas que começamos a investigação”, acrescenta Bárbara.

Sintomas

De acordo com o ginecologista e obstetra Chaa, a ausência de menstruação é muitas vezes acompanhada de aumento do peso corpóreo, irritabilidade e retenção hídrica. Mas os sintomas dependem da causa da amenorreia (que varia de caso para caso, como citado acima).

Como é diagnosticado o problema?

O ginecologista e obstetra Sang Chaa destaca, em primeiro lugar, que toda amenorreia precisa ser investigada. Assim se justifica a necessidade de procurar ajuda médica assim que for notada a ausência de menstruação (por três meses consecutivos), bem como a demora para o início da primeira menstruação. “O diagnóstico é eminentemente clínico e depende de cada caso”, diz.

A ginecologista Bárbara explica que, para diagnosticar o problema, são necessários: uma “boa história clínica, para conhecer a paciente e seus antecedentes; um minucioso exame físico, ginecológico – completo se ela não for mais virgem e apenas dos caracteres externos se for virgem -, para avaliar, entre outras coisas, o seu desenvolvimento. Depois partiremos para os exames de imagem e laboratório a depender das suspeitas que tivermos depois da consulta. Em geral estará incluído ultrassom pélvico, teste de gravidez, tireoide, prolactina”, diz.

Como é tratada a amenorreia?

É preciso descobrir a causa para tratá-la especificamente. “Em pacientes com sinequia uterina, por exemplo, é preciso curetagem e colocação de dispositivo intrauterino; em pacientes com ovários policísticos é necessário o uso de contraceptivos orais. Em pacientes com amenorreia, porém, sem causa aparente, pode-se induzir a menstruação através de uso de ciclo de hormônios que induzem a proliferação do endométrio”, explica o ginecologista Chaa.

Bárbara cita ainda outros exemplos. “Se houver alteração da tireoide ou do hormônio prolactina é preciso ajustar e assim por diante. Casos como hímen imperfurados, podem requerer cirurgias. E ainda, em anomalias genéticas em que não há útero, a pessoa nunca irá menstruar”, finaliza a ginecologista e obstetra.

Como evitar que a amenorreia aconteça?

Consultas de rotina são importantes para que, a qualquer sinal do problema, o médico ginecologista possa intervir.

Essa, aliás, é a recomendação para evitar o agravamento de qualquer problema ginecológico e também para cuidar da saúde em geral.

 

Fonte: Dicas de Mulher

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