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Micro-ondas: mitos, verdades e recomendações

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Atualmente, o micro-ondas é um aparelho presente na casa da maioria das pessoas. Ele é ideal para aquecer aquela comida que foi feita no almoço, estourar pipoca e muito mais. Mas, mesmo sendo um produto cheio de utilidades, ele gera algumas controvérsias e muitas pessoas ficam receosas em usá-lo.

Afinal, quem nunca ouviu por aí que um copo de água aquecido no micro-ondas pode explodir? Ou ainda, que alimentos nele aquecidos são capazes de absorver as micro-ondas emitidas e, a longo prazo, podem prejudicar nossa saúde?

Embora não seja um produto novo no mercado, o micro-ondas ainda gera muitas dúvidas entre seus consumidores. Mas, entre mitos e verdades, abaixo o professor de Física José Gomes Ribeiro Filho, doutor em Recursos Hídricos, esclarece as principais questões sobre o assunto. Confira:

1. As micro-ondas “escapam” do forno em funcionamento

O professor José Gomes Ribeiro Filho explica que, embora os fornos de micro-ondas sejam fabricados com a máxima segurança possível, com seu interior revestido de metal que reflete as micro-ondas, conservando-as em seu interior, e por mais blindado que seja o aparelho, um pouco sempre pode escapar. “Por isso, é aconselhável manter sempre uma distância do aparelho em funcionamento”, diz.

Mas isso não é motivo para pânico! “As ondas que podem escapar do micro-ondas são regulamentadas pela agência federal norte-americana de vigilância sanitária, o FDA (Food and Drug Administration) , como ‘muito abaixo de um nível considerado perigoso para machucar pessoas’”, destaca o professor. “Para testar se há vazamento de radiação, deixe uma maçã em cima do aparelho enquanto usá-lo, por um período mínimo de dois minutos. Caso a fruta ‘cozinhe’, o micro-ondas precisa ser levado para manutenção. Caso o aparelho seja novo ou não apresente problemas, não há motivos para preocupações”, aconselha.

2. Embalagens: quais podem e quais não podem ser levadas ao forno micro-ondas?

Essa é uma dúvida bastante comum que costuma surgir entre as pessoas que têm micro-ondas em casa. “Louça, refratário, vidro, porcelana podem ser usados no micro-ondas sem problemas”, esclarece o professor José Gomes.

De acordo com o professor José Gomes, nada que contenha metal, como o alumínio, deve ir ao micro-ondas, pois pode surgir alguma faísca e danificar o aparelho causando até uma explosão de pequenas proporções.

“No caso do plástico, algumas pesquisas indicam que, ao ser aquecido, ele libera substâncias que podem ser cancerígenas. Entre elas está o bisfenol-A ou BPA, que possui uma substância tóxica que não fica apenas no material plástico e passa para o alimento ou bebida contida na embalagem”, acrescenta o professor.

3. O aquecimento no micro-ondas retira os nutrientes dos alimentos

“Pesquisas já realizadas constaram que, mesmo que em mínima quantidade, existe alguma perda de nutrientes em legumes e verduras aquecidos no micro-ondas”, diz José Gomes. “Mas não o suficiente para que se deixe de usar o equipamento”, destaca.

“Na verdade, qualquer alimento que receba fortes quantidades de calor tem sua química modificada com o tempo, incluindo aí a perda de alguns nutrientes. Mas isso não é restrito aos micro-ondas, acontecendo também em panelas, churrasqueiras ou fornos elétricos”, acrescenta o professor.

4. Os alimentos são capazes de absorver as micro-ondas emitidas e, posteriormente, prejudicar nossa saúde

Este é um mito, conforme explica o professor Gomes. “Os alimentos não são capazes de absorver as micro-ondas emitidas pelo forno. Sua única função é a de aquecer o alimento que está no interior do forno ao agitar as moléculas de água presentes em sua composição – e o calor é a única coisa que se mantém no processo após o desligamento do aparelho. O problema não está nos alimentos, mas nas embalagens plásticas”, diz.

“Algumas embalagens são feitas com materiais inadequados para o aquecimento. Assim, o calor libera substâncias que podem ser cancerígenas. Então, cuidado: somente embalagens específicas para o micro-ondas são inócuas para a saúde”, acrescenta o professor.

Gomes destaca ainda que a agência federal norte-americana de vigilância sanitária, o FDA (Food and Drug Administration), garante que os aparelhos de micro-ondas usados de acordo com as instruções dos fabricantes são seguros.

5. A limpeza do micro-ondas é fundamental e deve ser feita de acordo com instruções

O professor Gomes destaca que é essencial evitar o acúmulo de alimentos no interior do forno. Por isso, limpe o forno sempre que houver derramamento de líquidos, resíduos de gordura ou qualquer outro tipo de sujeira. “Use um pano molhado em água e sabão neutro para limpar os pedaços de comida que ficam entre a porta e a parte do forno onde esta encaixa. É importante esta zona estar sempre bem limpa para a porta poder fechar hermeticamente”, diz.

“Remova as manchas e salpicos de gordura com um pano ensaboado, limpe com um pano úmido e seque. Não use detergentes fortes, nem outros produtos de limpeza que sejam abrasivos. O prato giratório metálico pode ser lavado à mão ou na máquina de lavar louça”, acrescenta.

A limpeza da parte externa do micro-ondas deve ser feita com água e sabão. Depois, seque com um pano macio ou papel de cozinha.

“Para evitar que a limpeza danifique o interior do aparelho, não deixe que a água se infiltre na grelha de ventilação. Antes de limpar o painel de controle, abra a porta do forno para evitar que este comece a funcionar acidentalmente. Para a limpeza do painel, use um pano úmido e limpe imediatamente com um pano seco”, diz o professor José Gomes.

“Se se acumular vapor à volta da porta, tanto no exterior como no interior, limpe-a com um pano macio. Este fenômeno pode dar-se quando o forno é utilizado em condições de grande umidade. Não traduz, de modo algum, um mau funcionamento do aparelho”, explica o professor.

“Nunca use materiais abrasivos, como detergente em pó, esponjas de palha de aço ou piaçabas de plástico”, alerta José Gomes.

“As partes metálicas do aparelho serão mais fáceis de conservar se forem limpas frequentemente com um pano úmido”, acrescenta.

6. Deve existir uma distância mínima entre o micro-ondas, paredes e outros eletrodomésticos?

O professor Gomes explica que sim. “As saídas de ar do micro-ondas não podem ser obstruídas. Por isso, potes, utensílios e panos não devem ser colocados em cima do produto. Além disso, as distâncias mínimas entre o micro-ondas, paredes e outros eletrodomésticos, que constam no manual de instruções, devem ser respeitadas”, diz.

“O manual de instruções de uma determinada marca recomenda deixar um espaço livre de, pelo menos, 20 cm por cima do aparelho e de 10 cm, no mínimo, na parte de trás do forno, para uma ventilação eficaz. A frente do forno deve ficar a uma distância de 8 a 22 cm da borda da superfície, para evitar queda. Há uma abertura de ventilação no fundo ou em um dos lados do forno. Não a tape, porque pode danificar o aparelho. Ele deve estar ainda longe de aparelhos como TV e rádio para não haver interferências”, acrescenta o professor.

7. Pode-se esquentar água dentro do micro-ondas?

O professor José Gomes destaca que se deve ter cuidado ao esquentar água dentro do micro-ondas. “O efeito das micro-ondas nas moléculas de água fará com que a água superaqueça a uma temperatura superior a de ebulição. Com isso, a água aquecida a uma temperatura superior a 100ºC, atinge um estado metaestável, que ao ser perturbado (pela adição de pó de café ou açúcar) pode resultar em uma ‘explosão’, provocando queimaduras graves”, explica.

“Por isso, evite esquentar recipientes que contenham apenas água, adicionando sempre algum objeto como uma colher de madeira, por exemplo, para repartir o calor emitido pelas micro-ondas”, sugere o professor.

Ainda de acordo com José Gomes, o mesmo cuidado vale para os outros tipos de líquidos. “É recomendado que quaisquer líquidos aquecidos em fornos de micro-ondas sejam deixados por vários segundos antes de serem tocados, para homogeneizar a temperatura”, diz.

8. Ovo cozido no micro-ondas pode explodir

De acordo com o professor Gomes, essa é uma afirmação verdadeira. “Alimentos que contém pele, casca ou membrana – como a batata, o tomate, a salsicha e ovo – podem explodir ao serem aquecidos, pois a pressão que se forma dentro desses alimentos durante o cozimento faz com que eles estourem”, explica.

“Para evitar que isso ocorra, esses alimentos devem ser furados com um garfo ou palito para permitir a saída dos vapores”, explica.

9. A mamadeira da criança não deve ser aquecida no micro-ondas

De acordo com o professor Gomes, essa é mais uma afirmação verdadeira. “Se a mamadeira é de plástico, ela não deve ser levada ao micro-ondas, mesmo que ela seja resistente e ‘apropriada’, pois há plásticos que liberam uma substância chamada BPA (bisfenol A) ao serem aquecidos no micro-ondas. E pesquisas dizem que essa substância pode ser prejudicial à saúde das crianças”, explica.

“Além disso, colocando-a no micro-ondas, a mamadeira pode parecer fria ao toque da mão, mas o líquido em seu interno pode ser extremamente quente e queimar a boca e também a garganta do bebê. Além disso, o acúmulo de vapor num recipiente fechado, como a mamadeira, poderia causar sua explosão”, acrescenta.

10. Micro-ondas gasta muita energia

Essa questão é muito relativa. “O consumo de energia depende basicamente da potência do aparelho e do número de horas que você o utiliza no mês. Para saber quanto gasta por mês com um aparelho, você precisa, antes de tudo, conhecer qual é a potência do seu equipamento, procurando no manual de instruções esta informação”, explica o professor Gomes.

Após obter esta informação, o professor ensina a fazer o seguinte cálculo:

Multiplique a potência do aparelho (W) pelo número de horas que você o utiliza no mês. Depois, divida o resultado desta multiplicação por 1000.

Agora chegou a hora de saber o valor em reais. Antes, procure saber qual a tarifa cobrada pela companhia de energia elétrica. Assim, multiplique este valor pelo consumo médio mensal em kWh.

Para que você entenda melhor, veja como fica a forma de se calcular:

Potência do aparelho (W) x Número de horas utilizadas por mês ÷ por 1000.

Veja em sua conta de energia o valor do kWh (que varia de estado para estado e até de cidade para cidade) e multiplique pelo resultado anterior encontrando quanto irá gastar por mês.

Quer ver como fica o cálculo de forma prática?

Para um micro-ondas, por exemplo, que tenha potência de 1200 Watts, e que é utilizado, em média, 5 minutos por dia = 2,5 horas por mês teremos:

(1200 x 2,5) ÷ 1000 = 3,0 kWh/mês.

Se a Companhia de energia elétrica cobrar, por exemplo, R$0,50 por kWh teremos com esse micro-ondas um gasto de R$ 1,50 por mês.

Suas dúvidas sobre o micro-ondas foram esclarecidas? Agora você pode usar o aparelho com muito mais segurança em casa!

 

Fonte: Dicas de Mulher 

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