Está na hora de os clubes se unirem para acabar com essas taxas. Quero ver fazer a Libertadores do ano que vem sem os brasileiros.” A frase é do presidente Carlos Miguel Aidar e retrata a revolta do São Paulo em relação aos descontos nas rendas das partidas da Libertadores.

A Conmebol fica com 10% do valor bruto de bilheteria em todos os jogos do torneio, o que já tirou R$ 3,2 milhões dos brasileiros na edição deste ano — o Corinthians perdeu R$ 1,25 milhão, contra R$ 949 mil do Tricolor, R$ 412 mil do Atlético-MG, R$ 410 mil do Internacional e R$ 244 mil do Cruzeiro.

“Esse é um dos maiores absurdos do futebol. Dá até vontade de jogar com portões abertos, só para não ter de repassar nada para a Conmebol nem para a Federação Paulista”, esbraveja o superintendente de futebol corintiano, Andrés Sanchez, reclamando também dos 5% destinados à federação local.

“Essa taxa da federação é a mesma coisa que você alugar a sua casa e ter de dar um dinheiro ao vizinho. Não tem o menor cabimento”, reclama Aidar. “E nós ainda somos obrigados a pagar os quatro árbitros, um comissário, um coordenador, exame antidoping, policiamento, ingressos, INSS…”

Por causa de tantos descontos, o São Paulo perdeu mais de R$ 1 milhão da renda de quarta-feira, quando teve 66.214 pagantes diante do Cruzeiro, no Morumbi. “Nosso lucro foi de R$ 2,64 milhões”, lamenta o presidente tricolor.

Já os prêmios pagos pela Conmebol nem se comparam aos da Uefa na Liga dos Campeões da Europa, em que o vencedor do torneio leva R$ 123 milhões. O campeão por aqui não ganha mais do que R$ 16 milhões. “Nós também não temos direito a explorar as placas de publicidade dos jogos, nem o nome do torneio. Toda a receita vai para a Conmebol”, alerta Aidar.

A PREMIAÇÃO DA LIBERTADORES:

- pré-Libertadores: R$ 756 mil
- fase de grupos: R$ 2,7 milhões
- oitavas de final: R$ 1,6 milhão
- quartas de final: R$ 1,9 milhão
- semifinal: R$ 2,1 milhões
- campeão: R$ 6,9 milhões
- vice-campeão: R$ 3 milhões

Fonte: Yahoo