Atualizada às 9h15
Detentos da penitenciária Irmão Guido realizaram duas ações simultâneas na madrugada na desta quinta-feira (21). Um preso, que não teve a identidade revelada, sofreu perfurações com uma barra de ferro e um túnel, com cerca de dois metros, foi descoberto em uma das celas.
“Eles planejaram as duas ações ao mesmo tempo como forma de desviar a atenção dos agentes penitenciários. É um método chamar a atenção e mudar o foco. Em situações de conflito e clima tenso, todas as atenções são voltadas para dispersar e evitar consequências extremas”, disse o diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda.
Esta seria a terceira tentativa de homicídio e o segundo túnel cavado na Irmão Guido somente este ano. O diretor do Sinpoljuspi denuncia a insuficiência de agentes penitenciários.
“Clamamos por um concurso urgente para contratação de pessoal. Hoje o efetivo é muito reduzido. Por plantão são oito agentes penitenciários que se dividem em várias funções e acabam sobrando dois ou três profissionais para dar conta dos presos e vistoriar toda a extensão do presídio”, denuncia Holanda.
O detento ferido na madrugada de hoje sofreu pelo menos oito perfurações e seu estado de saúde é estável.
Diretoria Irmão Guido
O gerente da penitenciária Irmão Guido, Fábio Keyller, informou que as duas ações ocorreram em pavilhões separados e em dias diferentes. Segundo ele, o buraco foi descoberto ainda na terça-feira(19) à tarde, durante uma vistoria no pavilhão C e as facadas foram dadas ontem(20), no banho de sol no pavilhão B.
“Na terça a tarde resolvemos fazer uma vistoria e descobrimos no pavilhão C, na cela 18, a escavação já com cerca de um metro. Retiramos os cinco presos da cela e vamos fazer a reforma”, explicou o gerente.
Sobre as facadas em Ricardo Barbosa do Nascimento ocorreram no banho de sol com ferros pontiagudos que foram tirados da estrutura do presídio. Três suspeitos foram encaminhados para a Central de Flagrantes: Nildson Felipe Galvão de Sousa, Tallison dos Santos Carvalho e Raimundo Nonato Soares da Silva, todos presos provisórios.
“Ricardo era da cela 02 e os outros da cela 08 que deram oito furadas de espeto no banho de sol. Ele foi levado pelo Samu para o hospital e já voltou para o presídio continua sendo atendido, mas não corre risco de morte. Os acusados foram isolados em outras celas”, afirmou Fabio Keyller.
Nota de esclarecimento - SEJUS
A respeito do incidente envolvendo o interno da Penitenciária Regional Irmão Guido, na manhã de ontem (20), a Secretaria Estadual de Justiça esclarece que:
Após ser agredido por outros internos da unidade, Ricardo Barbosa do Nascimento foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Na tarde de ontem ainda ele retornou à unidade prisional, onde foi encaminhando para um pavilhão especial afastado dos presos agressores.
De acordo com o gerente da Penitenciária Irmão Guido, Fábio Keyller, o detento foi levado à Central de Flagrantes, juntamente com três presos agressores para registrar a ocorrência. A partir daí, a Secretaria vai comunicar o fato ao juiz solicitando, inclusive, a remoção dos presos agressores para outra unidade prisional de forma a garantir a manutenção da integridade física do interno agredido.
A Secretaria Estadual de Justiça informa ainda que está reforçando os mecanismos de segurança para impedir a entrada de produtos proibidos durante as visitas.
Além disso, a Secretaria de Justiça está elaborando projetos e implementando soluções no intuito de garantir mais segurança nas unidades, tanto para internos como para agentes penitenciários, bem como dialogando com o Poder Judiciário para discutir soluções práticas e efetivas para reduzir a superlotação nas penitenciárias e garantir mais dignidade aos reeducandos no cumprimento de suas penas.
Agentes conseguem impedir tentativa de fuga
Na última terça-feira (19), após realizarem vistorias nas celas da Penitenciária Irmão Guido, os agentes penitenciários encontraram o início de uma escavação na cela 18, pavilhão 6 e conseguiram evitar uma possível fuga dos presos.
Graciane Sousa e Caroline Oliveira
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