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Valor Profissional conta história de sucesso da artesã Raimundinha

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Neste domingo(21), o programa Valor Profissional destacou a trajetória da  artesã piauiense Raimunda Teixeira no quadro Histórias de Sucesso.

Raimundinha, como é conhecida, tem uma história de superação. Ela começou a trabalhar carregando tijolos e hoje transformou-se numa artesã de sucesso e líder de uma cooperativa formada por mulheres, que produz peças em cerâmica, admiradas em vários países do mundo. Uma mulher que tem orgulho do que faz e que  costuma dizer: “Na minha veia não corre sangue, corre barro”

Segundo Raimundinha, foram 22 anos de sua vida carregando tijolos para ganhar 10 reais por dia, até que em 1995 começou a trabalhar com artesanato, no início  fazendo pintura em cerâmica. Três anos depois ajudou a fundar a ACEPOTI (Associação dos Ceramistas do Poti Velho) , onde foi tesoureira, presidente por 4 anos e secretária.

No ano de 2003, já conhecida pela luta em prol do artesanato da região, é homenageada pela Prefeitura com a medalha do Mérito Conselheiro Saraiva, a maior honraria do Poder Público concedida para pessoas que fazem a diferença e contribuem para o desenvolvimento da cidade.

Atualmente, Raimundinha preside a Cooperart Poti, que ajudou a fundar em 2006. A cooperativa é formada por 39 mulheres ceramistas do bairro Poti Velho, zona Norte de Teresina. Para ela, a prática do associativismo fortalece o artesanato.

Representando a Cooperart,  Raimundinha esteve em nove das 10 edições do Piauí Sampa. Em 2013, Raimunda Teixeira foi uma das 15 mulheres do País selecionadas para participar da exposição Mulher Artesã Brasileira, que aconteceu em Nova Iorque nos Estados Unidos, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Suas peças foram expostas nos EUA e sua história foi contada em livro e vídeo.

SURGIMENTO E CRESCIMENTO DA COOPERART

Em 2004, o Sebrae promoveu um curso de modelagem de bijuterias em cerâmica, cujo público-alvo eram mulheres que trabalhavam nas olarias, donas de casa e mulheres de pescadores. Assim, várias das que participaram do treinamento aprenderam a fazer “continhas de barro” e se organizaram para fundar a Cooperart – Poti em 2006, mesmo ano de fundação do Pólo Cerâmico.

Hoje, a Cooperativa destaca-se e tem como carro-chefe das produções a coleção de bonecas “Mulheres do Poty”, composta por cinco peças: a mulher religiosa, a do pescador, a da olaria, a ceramista e a das continhas.

Além das bonecas elas também fazem peças decorativas, utilitárias e acessórios de moda como colares, brincos e pulseiras. Mensalmente são produzidas cerca de 1.800 peças.

As cerâmicas produzidas pelas artesãs piauienses conquistaram a admiração do público de países da África e Europa. São peças de decoração que ao longo dos tempos têm sido enriquecidas com várias técnicas que conferem um aspecto cada vez mais moderno.

Treinamento é a palavra-chave para o sucesso da  Cooperart, que aposta na criação de peças novas.Usando como matéria-prima principal a argila, a simples produção de potes, jarros e panelas para o uso doméstico, abriu espaço para a confecção de peças mais ousadas como mandalas, luminárias, vasos, esculturas e até bijuterias, que hoje figuram no Pólo Cerâmico do Poti Velho. Com isso o público consumidor se ampliou e ficou bastante variado. São turistas, população local e grandes empresas, que adquirem produtos para brindes corporativos.

A cooperativa tem uma loja no Pólo cerâmico e comercializa suas peças em lojas terceirizadas, com o auxílio do Sebrae.

Em 2009 e 2010, a Cooperart teve o apoio do Instituto Walmart, que ajudou a fortalecer a atividade. Foram realizados  cursos profissionalizantes, orientações sobre o acesso ao mercado, fortalecimento da cooperativa e promoção de ações de melhoria na cadeia de produção.

O Instituto Walmart possibilitou a capacitação e estruturação da Cooperativa  e as artesãs passaram a fazer um trabalho mais profissional. Além disso, tiveram condições para participar de mais feiras e exposições.

Em 2009, a cooperativa recebeu o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e em 2010 foi terceiro lugar no Casa Piauí Design.

HISTÓRIA DO ARTESANATO NO BAIRRO POTI

Os moradores do bairro de Poti Velho, o primeiro bairro de Teresina, tinham como principais fontes de renda a pesca e as atividades relacionadas ao trabalho nas olarias.

Após a década de 60, com a chegada do artesão Raimundo Nonato da Paz, que instalou o primeiro torno artesanal para a produção de potes e jarros de barro, iniciou-se um trabalho tímido de artesanato no bairro.

Nessa época, era uma atividade predominantemente masculina, restando às mulheres o árduo trabalho nas olarias. O transporte dos tijolos era extremamente pesado e mal remunerado.

Marcelo Lopes

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