As obras da Avenida Marginal Poty Sul, também conhecida como Via Sul, tiveram início no mês passado e já preocupam moradores dos bairros localizados ao longo de onde será construída a via. O maior receio da população é a forma como acontecerão as desapropriações para que as obras tenham continuidade. 

O mototaxista José Ribeiro, que mora em um dos pontos por onde a avenida vai passar, teme perder uma de suas principais fontes de renda. Ele possui pontos de aluguel na região e, com a desapropriação, vai perder os imóveis. 

"Eu tenho medo de perder essa renda, moro aqui há 43 anos, cheguei ainda criança, não sabemos quando teremos que sair e nem para onde ir", declarou. 

As moradoras aposentadas Maria Lúcia Gomes e Domingas Ribeiro contam que têm medo das mudanças porque não querem ter que morar longe da região central de Teresina. 

"Eu só não queria morar longe daqui, sou idosa, não posso mais andar por aí", disse Maria Lúcia. 

Para o morador Luís Furtado, contudo, a saída é um preço a pagar pelas melhorias na cidade. "Nós podemos ajudar a crescer, acho que vamos acabar tendo que sair, cabe aos administradores fazerem da melhor forma. Mas se é para melhoria, vamos tentar ajudar", destacou. 

De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Teresina, as mudanças vão acontecer após reunião entre os responsáveis e os moradores para que os transtornos sejam minimizados. 

A obra teve início no mês passado e está orçada em R$ 30 milhões. Ao todo, serão 30 Km de via, que vai ligar a Avenida Marechal Castelo Branco ao Polo Industrial Sul, garantindo acesso à BR 316. 

Serão três faixas em cada sentido, com ciclovias e áreas de passeio. A primeira etapa tem custo estimado de R$ 8 milhões e se encerra na altura da Ponte Wall Ferraz. O objetivo é aumentar a fluidez do trânsito na região.

 

Maria Romero
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