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UFPI encabeça pesquisa sobre fósseis de 280 milhões de anos na bacia do Parnaíba

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A Universidade Federal do Piauí (UFPI) coordena um estudo que tem a colaboração de pesquisadores de instituições dos Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Inglaterra e África do Sul, e tem o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da National Geographic. A pesquisa tem como objetivo encontrar vertebrados do Período Permiano (280 milhões de anos atrás), especialmente vertebrados terrestres, e é coordenada pelo professor Juan Cisneros, do Centro de Ciências da Natureza (CCN/UFPI).

 

Foto: National Geographic

 

De acordo com o professor, existe uma lacuna nos estudos sobre a Era Paleozoica. "Nosso interesse se deve a que se conhece muito pouco no mundo sobre os animais que viveram nesse período geológico, especialmente nos trópicos do antigo continente de Gondwana, que é onde o Piauí está localizado. A microrregião de Teresina é muito rica em fósseis, uma prova disso é a Floresta Fóssil do Rio Poti, a qual nos dá informação sobre as plantas que viveram nessa época no Brasil. Com as nossas pesquisas, poderemos saber quais eram os animais que viveram nessa floresta fóssil", destacou.

A pesquisa teve início em 2011e tem a participação de profissionais de diferentes subáreas da paleontologia e geologia, como especialistas em répteis, peixes, anfíbios, ancestrais dos mamíferos e geologia sedimentar. A equipe se reúne uma vez ao ano em Teresina para realizar escavações e percorrer vários municípios do Piauí e do Maranhão em busca de fósseis.

Execução da pesquisa
Por meio do estudo da geologia local e de imagens de satélite, são escolhidos os locais onde os pesquisadores acreditam ter um maior potencial para achados de fósseis. "Juntamos a equipe e partimos para esses locais, onde fazemos buscas por caminhamento, até encontrar, ou não, indícios de fósseis. Após achar um fóssil, anotamos informações sobre o local exato e a camada de terra onde foi achado, e tentamos extraí-lo. Este processo pode ser mais ou menos lento e pode ser necessário o uso de equipamentos específicos, como a cortadora de rocha", informou o professor Juan Cisneros.

Os fósseis são levados ao laboratório da UFPI no CCN e lá passam por um processo de limpeza que pode durar dias, semanas ou meses. Posteriormente, são iniciados estudos mais aprofundados para tentar identificar e comparar as espécies. Esses estudos podem culminar com publicações em revistas especializadas. Todos os fósseis permanecem na UFPI, embora alguns possam ser enviados temporariamente ao exterior para análises específicas.

 

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