Um feirante de Castelo do Piauí (190 Km de Teresina), mantido refém durante roubo à agência do Banco do Brasil da cidade na madrugada desta quinta-feira (6), relatou a ação do bando. De acordo com eles, os homens informaram que bandidos eram os políticos e que só queriam o dinheiro do banco, que também eram roubados pelos políticos. Eles garantiram ainda que não machucariam os reféns. 

De acordo com o refém, ele e outros dois feirantes dormiam no momento em que foram abordados pelo bando. Eles foram levados então para o local do roubo. 

"A essa altura nós estávamos dormindo, quando chegaram, abordaram nós, e levaram três. Um levaram para uma esquina, outro para outra esquina e me levaram lá para a porta do banco. E lá começaram tiroteio, quebrando tudo com alavanca e jogando malote dentro do carro. Quando eles chegaram, disseram que era a polícia, a gente fica muito nervoso, né", relatou. 

O refém relatou ainda que os assaltantes tranquilizaram os feirantes e afirmaram ser trabalhadores. Segundo ele, os suspeitos disseram que bandidos de verdade eram os políticos. 

"Disseram que não iam fazer nada comigo, eu podia acompanhar eles, eu não ia ter nada, que eu podia ficar tranquilo que não iam fazer nada comigo. Eu disse que eu era um trabalhador e que eles disseram que também eram trabalhador (sic) e que bandido era político, que o roubo estava sendo muito grande, mas era dos políticos. [Disseram] que eles não iam roubar a gente, que nós éramos trabalhador e que eles queriam o dinheiro do banco, que os políticos roubavam dos bancos", disse. 

Segundo o feirante, o assaltante disse ainda que não haveria riscos porque a polícia "dormia muito" e não chegaria ao local a tempo de haver troca de tiros. 

"Eles falaram 'pode ficar tranquilo que nós não vamos mexer com voces. Não tenha medo não, que a policia daqui dorme muito, se até agora eles não vieram, eles não vêm, né'", disse. 

A ação criminosa foi rápida e ocorreu por volta das 1h30. De acordo com o comandante de policiamento do interior, coronel Paulo de Tarso, os bandidos explodiram três caixas eletrônicos e fugiram levando dinheiro. ara fugir, os criminosos utilizaram um veículo que foi incendiado. O coronel Paulo de Tarso disse que além dos bandidos que participaram ativamente da ação, outros davam suporte e estavam nas imediações, inclusive com motocicletas que foram abandonadas. 

O assalto ocorreu dois dias depois da ação semelhante na cidade de Jaicós, a 352 km de Teresina. Na última terça-feira (04), policiais militares e um vigia noturno foram rendidos e usados como “escudo humano” durante assalto ao Banco do Brasil . Na fuga, um PM identificado como cabo Rubens foi levado como refém e liberado na estrada. Neste crime, os bandidos também conseguiram levar dinheiro.


Maria Romero
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