A Associação Piauiense de Municípios (APPM) marcou para a próxima semana uma marcha da Assembleia Legislativa ao Palácio de Karnak para protestar contra a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A medida foi anunciada em entrevista coletiva nesta terça-feira (18) pelo presidente da APPM, Arinaldo Leal.
A organização ainda não definiu o dia exato da manifestação, mas já decidiu o que espera da mobilização. "Nesse dia, que vai ser quarta ou quinta, vamos fechar as prefeituras e nos dirigir até a Assembleia. Da Assembleia, vamos até o Palácio de Karnak. Nós queremos ser ouvidos pelo governador (Wellington Dias). Nessa caminhada, a gente vai mostrar o motivo desse protesto. Se isso não resolver, estamos coordenando, juntamente com os demais presidentes de associações do Brasil todo, um ato nacional articulado para mostrar à sociedade brasileira a situação dos municípios", comentou Arinaldo Leal.
No encontro com Wellington Dias, a APPM planeja reivindicar compromissos em atraso referentes a repasses de recursos por parte do Governo do Estado.
Os protestos, segundo Arinaldo Leal, devem ultrapassar as fronteiras do Piauí. "Nas outras ocasiões, no momento de sufoco, a gente recorria ao Governo do Estado ou ao Governo Federal. Nesse ano, pelo que a gente vê, o próprio Governo Federal também está quebrado, não cumprindo nem o que tinha sido acordado na Marcha (dos Prefeitos) do ano passado de repasse de 0,5%. Se o Governo Federal não cumprir o acordo que tem conosco...", lamentou.
A APPM alega que, por causa da queda do FPM, metade dos municípios piauienses não terão condições de pagar a folha salarial em dia até o fim de 2015. A situação de falência preocupa Arinaldo Leal.
“Tínhamos a expectativa que o FPM crescesse 28% em 2015 para podermos cumprir com os pisos e o reajuste do salário mínimo, mas tivemos um crescimento de apenas 3%, sendo que no comparativo de agosto de 2014 e agosto de 2015 a queda chega a 24%. Dessa maneira não conseguiremos fechar as contas até o final do ano”, explicou Arinaldo Leal.
Flávio Meireles e Elivaldo Barbosa
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