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Cirurgião plástico diz que aplicação de silicone é caso de polícia

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O cirurgião plástico Pascoal Pinheiro comentou nesta terça-feira (15), em entrevista ao Jornal do Piauí, o risco da aplicação de silicone industrial no corpo como substituto às próteses de silicone. Após a morte da travesti Flávia Morais na manhã de ontem (14), em Teresina, por suspeita de aplicação da substância nos seios, o médico declarou que o caso é de polícia, por conta dos altos riscos ao organismo.

De acordo com ele, o silicone industrial é o mesmo material utilizado como lubrificante em oficinas mecânicas e possui alta viscosidade, que facilita a migração do material pelo corpo, causando deformidades em quem recebe a aplicação. Segundo o médico, para evitar a movimentação, muitas pessoas misturam o material a diversos óleos. 

"É uma barbaridade que vem acontecendo cada vez mais porque as pessoas estão em busca de um corpo com aspecto mais agradavel esteticamente. Nem é um caso médico, é caso de polícia, porque a aplicação é feita por pessoas inabilitadas. O produto existe à venda no comercio e é usado de forma pura ou misturado a óleos industriais", declarou. 

O médico destacou que o material é absolutamente nocivo quando usado no organismo e fez uma comparação, dizendo que o material está para a prótese de silicone como o crack está para a cocaína, sendo o substrato da sílica.   

Segundo ele, além da migração no corpo, a aplicação pode causar embolia pulmonar, que foi a causa da morte de Flávia. 

"A embolia ocorre quando o material é injetado, cai na corrente sanguínea e vai para o pulmão. Quando chega ao órgão, impede a oxigenação por meio do sangue e leva à morte, nos casos mais graves", declarou. 

A informação é de que Flávia já havia feito a aplicação da substância anteriormente, mas nunca tinha apresentado reações ao produto. Amigos informaram que ela foi internada na última sexta-feira (11). 

Ela já havia sido coroada Rainha do Carnaval Gay de Teresina por três vezes, a última delas em 2013. Ela se apresentava como Flávia Montalban em shows na capital piauiense.


Maria Romero
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