A presidente Dilma Rousseff (PT) intensificou as conversas com aliados nesta quinta-feira (24), na tentativa de concluir a reforma ministerial para divulgá-la ainda hoje, mas impasses com o PMDB retardaram o anúncio. O Valor Econômico apurou que Dilma comunicou o vicepresidente Michel Temer que só fará o anúncio na terçafeira (29), quando retornar da viagem a Nova York.
A reforma complicou depois que Dilma retirou a oferta para a bancada do PMDB da Câmara da pasta da Infraestrutura, que reuniria Portos mais Aviação Civil.
Na quarta-feira (23), Dilma estava inclinada a manter as duas secretarias, para que Eliseu Padilha, próximo a Temer, continuasse no ministério. A Secretaria de Portos iria para Hélder Barbalho, já que a pasta da Pesca será extinta. Essa operação irritou a bancada da Câmara, que agora ameaça retirar as indicações dos nomes.
Dilma ainda se reuniu com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que conduz a reforma administrativa. Também participaram do encontro no Palácio da Alvorada o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). Dilma deve manter no comando do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) o ministro Armando Monteiro Neto, que é senador pelo PTB. Mas os deputados alegam que ele não representa a bancada. Dilma chegou a oferecer o Mdic para a bancada do PMDB no Senado, que recusou a oferta.
"Está evoluindo"
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PTCE), confirmou que o anúncio da reforma ministerial ficará para a próxima semana.
“Está evoluindo, a presidente vai anunciar no seu retorno”, disse. Guimarães criticou ainda o mercado financeiro por “especular demais” com a alta do dólar. “Mantivemos 26 vetos presidenciais na quartafeira, a base está se consolidando, não há razão nenhuma para o estresse do mercado”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico