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"Pacientes que tiveram zika vírus podem estar imunes", diz médico

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Em entrevista ao Notícia da Manhã, o médico neurologista Marcelo Adriano disse que não é exagero a orientação dos médicos em aconselhar que mulheres evitem engravidar, neste momento, após a confirmação do Ministério da Saúde entre os casos de vírus zika com os casos de microcefalia. No Piauí, até o momento, foram registrados 36 casos de bebês com má formação do cérebro. 

"A decisão das mulheres em não engravidar, neste momento, é particular, mas deve-se ponderar todas essas possibilidades. Para as mulheres que já estão grávidas ou que, mesmo assim, querem engravidar, os cuidados em relação à infecção pela doença tem que ser triplicados. Não é exagero recomendar que não engravidem, pois já foi confirmada a relação causal", disse

O especialista pontua ainda que há muitos pontos desconhecidos sobre a doença e ressalta que, quem já teve zika vírus, pode estar imune.

"É como quem pegava catapora há 20 anos e a mãe colocava todas as crianças perto para pegarem logo. Ao que tudo indica, a infecção por zika acontece uma única vez, mas cabe ressalta que é tudo muito novo. Não existe medicação própria para o vírus. A recomendação é evitar a proliferação do mosquito. Mulheres gestantes têm que se proteger com repelentes ou roupas de manga. Além da transmissão por mosquito, há indícios de que o zika pode ser transmitido através da relação sexual", disse o especialista.

O mosquito transmissor do zika vírus é o aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya. No Piauí, em 2015, foram registrados 6.052 casos de dengue e cidades como Alegrete do Piauí, Avelino Lopes e Santana do Piauí estão em estado de emergência para a doença. Durante entrevista, o médico também traçou uma espécie de linha evolutiva sobre o zika vírus.

"Esse vírus se apresentou no país em diferentes momentos e sob diferentes óticas. Em um primeiro momento, parecia ser um vírus inofensivo que causava uma reação alérgica, com febre baixa ou inexistente que nem chegava a tirar o paciente do trabalho ou dos estudos. Desenhava-se uma doença benigna, entretanto que se alastrava de forma muito rápida e às vezes atingia muitas pessoas da mesma casa ao mesmo tempo. No segundo momento, surgiu a possível relação do aumento de doenças do sistema neurológico, como síndrome de Guillain-Barré e mais recentemente, houve a 'explosão' dos casos de bebês com microcefalia em decorrência do mesmo vírus", disse o médico. 


Graciane Sousa
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