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Processo de impeachment gera embate entre tucanos e petistas no PI

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O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), autorizado nesta quarta-feira (2) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, repercutiu no meio político no Piauí. Durante entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira, os deputados Marden Meneses (PSDB) e Fábio Novo (PT) debateram o assunto. O tucano afirmou que o país está imerso em um lamaçal, já o petista chamou atenção que o problema da corrupção começou ainda na administração tucana. 

“O PT pediu o impeachment de vários presidentes. Quer dizer que no passado era lutar pela democracia e agora é golpe? A estratégia do PT diante de todo esse lamaçal, no qual nosso país foi mergulhado, de corrupção, de falta de ética, de transparência e decência no trato da coisa pública, é tentar agora dizer que é uma vingança do Eduardo Cunha”, afirmou Marden.

O tucano ressaltou que não está em jogo a sujeira praticada pelo presidente da Câmara ou pela presidente do país, mas a nação que, segundo ele, está definhando em uma crise. 

“A proposta de impeachment foi apresentada pelo Hélio Bicudo, fundador do PT. Essa proposta vem antes do descobrimento da situação do Eduardo Cunha. Não está em jogo quem faz mais sujeira, o que está em jogo é um país que está definhando com os piores índices na sua economia com previsão de pior queda de PIB da história do real. Uma crise onde a presidente não consegue governar. Esse joguete já vinha se desenhando. Era um tentando se apoiar na sujeira do outro”, declarou o deputado do PSDB.

Para Fábio Novo, o PSDB quer passar a ideia de que a corrupção começou somente agora.

“Não é que nós tenhamos mais corrupção agora. Nós tivemos corrupção no governo FHC também. No caso do Eduardo Cunha, ele disse que foi alguém que depositou 5 milhões de dólares por engano. Um senador do meu partido foi preso por obstruir as investigações da LavaJato. Tem que prender todo mundo, de todos os partidos”, afirmou.

Segundo o petista, o maior legado da presidente Dilma foi permitir que as instituições se tornassem mais maduras. “Antes elas não tiveram oportunidade porque sempre o dedo do presidente da República falava mais alto”, ressaltou.

Fábio Novo disse ainda que tudo está vindo à tona por conta da liberdade que o PT deu para as instituições. “O mensalão do PT foi julgado, mas o do PSDB não. O Eduardo Cunha anunciou: se os deputados do PT votarem pelo meu processo de cassação eu abro o processo de impeachment contra a presidente”, declarou, frisando que as pedaladas fiscais por si só não ensejam um processo de cassação.

“Todo prefeito do Piauí faz pedalada fiscal, o governador faz pedala fiscal por conta do momento que se vive. É o dinheiro de uma conta que é usado para pagar outra coisa. Na verdade é um desvio de finalidade que não é crime”, finalizou.

Hérlon Moraes
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