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Dólar termina 2015 a R$ 3,95, registrando alta de 48,4% no ano

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Em um pregão de forte volatilidade e de reduzido número de negócios, o dólar comercial subiu forte e terminou o pregão negociado a R$ 3,95, o que representa uma valorização de 48,4% (no mês, a alta foi de 1,6%). A moeda americana variou entre a mínima de R$ 3,848 e a máxima de R$ 4,03 em um dia marcado pela formação da taxa que serve como base para a liquidação de contratos no mercado de câmbio. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou queda de 0,70% no Ibovespa, que chega ao final de 2015 aos 43.349 pontos. No ano, o índice de referência tem uma queda de 13,3%

Na avaliação de Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer, essa alta já era esperada, já que o dólar está em um momento de valorização. Além disso, o reduzido volume de negócios devido aos feriados de final de ano contribuíram para esse movimento.

— O dólar registrou quedas consecutivas nessa semana, mas a tendência é ainda de alta. A valorização do atual pregão foi natural — afirmou.

No ano, a alta do dólar está atrelada a fatores externos e internos. A divisa ganhou força globalmente, uma vez que a economia americana voltou a crescer e havia uma grande expectativa em relação à alta de juros pelo Federal Reserve - com juro maior, parte dos recursos aplicados em economias emergentes tende a retornar aos Estados Unidos, país considerado seguro para o investidor. A desaceleração na China também jogou para baixo o preço das commodities, como minério de ferro e petróleo, afeta as moedas dos países produtores dessas matérias-primas.

Já do ponto de vista interno, a retração econômica, a situação das contas públicas, a crise política e, por fim, a perda do grau de investimento pelo Brasil, fizeram o investidor buscar refúgio no dólar.

LIQUIDAÇÃO DE CONTRATOS

A alta neste último pregão do ano, para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, teve como motivação a briga entre “comprados” (que espera que a cotação suba) e “vendidos” (que se beneficiam de uma queda no valor do dólar), uma vez que a valorização se acentuou logo após o fim do horário da formação da Ptax, que é a taxa calculada pelo Banco Central e que vai servir de referência para os contratos do mercado futuro que serão liquidados na próxima segunda-feira, primeiro dia útil de 2016.

— Essa alta é um pouco por conta da falta de liquidez, mas também foi motivada pelo fim da formação da Ptax, que vai servir para a liquidação dos contratos — explicou.

Já o leilão de linha do BC, em que é ofertado dólares com o compromisso de recompra em uma data determinada, foi anunciado na terça-feira, após o encerramento dos negócios. Foi uma forma da autoridade monetária garantir liquidez no último pregão do ano, que costuma ter um baixo volume de negócios devido ao feriado de Ano Novo. No entanto, a oferta de US$ 1,3 bilhão não foi suficiente para segurar a valorizçaão.

Analistas lembram que, embora seja positiva a atuação do BC, os investidores estão receosos com a possibilidade de aumento de gastos públicos em 2016. A expectativa ganhou força com o anúncio do aumento do salário minimo acima da previsão que estava no orçamento.

No exterior, o “dollar index”, que mede a variação da divisa ante uma cesta de dez moedas, de 0,24% no momento do encerramento dos negócios no Brasil.

BOLSA EM QUEDA PELO 3º ANO

A Bolsa registrou queda pelo terceiro ano consecutivo em um recuo puxado principalmente pelas ações ligadas ao setor de commodities, que foram afetadas pelo forte recuo no preços das matérias primas no mercado internacional.

Ainda assim, duas das principais empresas com esse perfil encerraram o último pregão do ano em terreno positivo. Os papéis preferenciais da Petrobras (PNs, sem direito a voto) fecharam em leve alta de 0,14%, cotados a R$ 6,70, e os ordinários (ONs, com direito a voto) fecharam estáveis, a R$ 8,57. No caso da Vale, as PNs subiram 1,28% e as ONs tiveram valorização de 2,43%.

Por outro lado, o setor bancário, que possui o maior peso na composição do Ibovespa, encerrou o pregão em queda. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuaram, respectivamente, 0,34% e 2,08%. No caso do Banco do Brasil, o papel sobe 0,40%.

No exterior, os principais índices europeus fecharam em queda. O DAX, de Frankfurt, caiu 1,08%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve recuo de 0,52%. Em Londres, o FTSE 100 teve desvalorização de 0,64%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones tem leve desvalorização de 0,37% e o S&P 500 sobe 0,41%.

 

Fonte: O Globo.

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