A carioca Roberta Lima foi contratada pela Confederação Brasileira de Judô - CBJ - para uma missão difícil: fazer com que os atletas da seleção tenham pela primeira vez um trabalho profissional de uma nutricionista durante os Jogos Olímpicos. Na prática, isso significa que ela irá ajudá-los a controlar o peso se suas categorias, e também evitar que a piauiense Sarah Menezes (até 48kg) deixe de lado os sucos e barras de cereal que levou do Brasil.

 

?O trabalho tem sido duro. São duas batalhas por dia: o almoço e o jantar. O café da manhã é tranqüilo, pois compro a comida direto no mercado. Mas as grandes refeições eu tenho que negociar com os japoneses e aí vêm as dificuldades! Eles são muito tradicionais e não aceitam bem a mudança do cardápio, tudo tem que ser falado com jeito, e como a culinária japonesa é muito diferente da nossa?, diz a nutricionista, que trabalha no período de aclimatação antes da delegação seguir para Pequim, no dia 5 de agosto, onde acontecem os Jogos.

 

Sarah já sabia das dificuldades. Após competir em vários torneios na Europa neste ano, ela aprendeu a levar na mala sempre um estoque de barras de cereal, bananas desidratadas e até garrafas de suco. Ela não é a única a não se acostumar com a alimentação de outros países. E praticamente no peso de competição, ela não terá problemas com a balança, ou com as pequenas porções da culinária japonesa.

 

?A Roberta tem sido fundamental. A culinária japonesa é um pouco pobre de opções e nutrientes. Coisa para mim, que sou peso pesado e perco peso facilmente, pode ser a morte. Isso influencia no meu desempenho nos treinos?, comenta o carioca João Gabriel Schlittler, que come cerca de nove mil calorias por dia para competir entre os acima de 110kg.

 

A nutricionista cuidou de verificar os cardápios de toda a Vila Olímpica para proibir excessos dos atletas. Até a hidratação nas lutas virou alvo dessa nova arma do Brasil.  ?Tenho certeza que serei recompensada com medalhas!?, finaliza Roberta.